iFood adere ao politicamente correto e negócios reveem cardápio

“Batatas ao murro” são violentas? Pelo jeito, para os executivos do iFood, são. “Ao murro” seria um termo agressivo. Então, as batatas foram “canceladas” em favor do politicamente correto. Outras palavras estão igualmente vetadas pelos novos “termos de uso” do aplicativo. Cardápios terão de ser revistos e pratos, rebatizados, como o “punheta de bacalhau”, iguaria tradicional portuguesa. Chefs protestam ao garantirem que não foram avisados das mudanças promovidas pelo aplicativo. É o caso de Alexandre Henriques, proprietário do Gruta de Santo Antônio, referência em Niterói (RJ). “Não avisaram, disseram que tinham mudado a política de uso, e não teve conversa. Eu tive prejuízo porque os clientes acharam que o prato tinha saído”, declarou, em entrevista publicada no jornal O Globo, no domingo 16.

Indignado, Henriques expôs o caso nas redes sociais, até mesmo para avisar os clientes que não encontraram a iguaria no menu do iFood. Ele até exibiu fotos da troca de mensagens com funcionários do aplicativo que, irredutíveis, “cancelaram”, entre outros pratos, o batata ao murro. Roberta Ciasca, chef do restaurante vegetariano Brota, também não passou no teste de nomes politicamente aceitos pela plataforma. Além de ter que trocar o nome “batatas ao murro” por “batatinhas”, ela teve que substituir também a palavra “acepipe” por “aperitivos” na categoria do menu. Segundo ela, é possível que o iFood tenha interpretado o nome da iguaria como algo fálico — nesse caso, não houve explicações. Os empresários avaliam que é necessário mais flexibilidade do iFood.

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