A Igreja Mundial do Poder de Deus foi condenada a indenizar uma funcionária que fez greve por atraso de salários depois que o líder da instituição, Valdemiro Santiago, disse que os empregados que fizeram as paralisações eram “imundos” e “endemoniados”.
A Justiça do Trabalho de São Paulo fixou a indenização no valor de R$ 15 mil.
Uma testemunha chamada pela funcionária disse no processo que Valdemiro afirmou que “os funcionários que estavam em greve não eram dignos de trabalharem lá, eram ingratos” e que “mandaria todos embora em razão dos grevistas e terceirizaria tudo”.
O processo contra a Igreja Mundial por falas de Valdemiro
A Igreja Mundial disse desconhecer essas falas de Valdemiro. Fernanda Zanon Marchetti, juíza do caso, considerou que houve confissão “ficta” da Igreja Mundial na sentença de condenação.
O termo é usado para qualificar a falta de contestação ou uma evasiva de uma das partes sobre um fato importante num processo.
A juíza também disse que “a crença religiosa não pode servir” de desculpa para agredir pessoas, “de forma deliberada, qualificando-as pejorativamente” no processo, segundo o portal Metrópoles.
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“Palavras impensadas ditas em um púlpito diante de milhares de pessoas (fiéis seguidores), devem ser frontalmente repudiadas pelo poder Judiciário”, escreveu a juíza. “Não se tratando de uma afronta à liberdade religiosa ou controle das pregações, mas de coibir abusos praticados, que poderiam incitar violência na multidão.”
Esta não é a primeira derrota de Valdemiro e da Igreja Mundial na Justiça. Este mês, um templo da instituição vai a leilão, por determinação judicial, com lance inicial de R$ 38,5 milhões.
A Igreja Mundial tem 1,1 mil ações contra ela no Tribunal de Justiça de São Paulo — a maioria por cobrança de dívidas. Seus representantes dizem que as dívidas decorreram do fechamento dos templos durante a pandemia, o que teria feito a arrecadação de dízimos cair.
Nada contra evangélicos, mas esse indivíduo vê a igreja e a fé como um negócio à seu serviço, ao invés de se colocar, a si mesmo, a serviço de Deus.