Enquanto a maior parte do Brasil experimenta o calor do verão, a Região Norte enfrenta o fenômeno conhecido como “inverno amazônico”, caracterizado por chuvas intensas e frequentes que impactam o cotidiano e o meio ambiente local.
Essas chuvas contribuem para a cheia dos rios, que, em 2024, sofreram com secas extremas. A alta umidade também leva a um aumento nos casos de doenças respiratórias, como observado em Manaus, onde 5,2 mil pessoas buscaram atendimento para síndromes gripais leves, segundo a Secretaria de Saúde do Amazonas.
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A meteorologista Andrea Ramos explicou ao portal g1 que o inverno amazônico resulta da interação entre a oscilação de nebulosidade sobre a linha do Equador, o transporte de umidade do Atlântico Norte e a falta de definição clara das estações na região.
Em 2025, o fenômeno La Niña, que resfria o Oceano Pacífico, tem influência limitada na Região Norte. “Não estamos observando algo muito acentuado”, afirmou Andrea. “O fenômeno deve atingir seu pico entre janeiro e fevereiro, mas não será algo significativo.”
Apesar das chuvas, a Região Norte também enfrenta altas temperaturas. As precipitações, embora volumosas, se acompanham de calor intenso e umidade elevada. Isso resulta em condições climáticas desafiadoras para os moradores. As chuvas podem ser tão intensas que, em dois ou três dias, superam a expectativa para um mês inteiro.
Inverno amazônico influencia outras regiões
A umidade amazônica desempenha um papel crucial no clima de outras partes do Brasil. Durante o inverno no Sul do país, a Região Norte experimenta o pico de calor no “verão amazônico”, com temperaturas que superam os 35ºC e sensação térmica de 40ºC.
“A umidade presente na Amazônia influencia as chuvas em todo o país”, explica Andrea. Ela diz que rios atmosféricos transportam essa umidade, o que impacta significativamente outras regiões.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alertas para chuvas intensas nos Estados do Acre, Amapá, Pará, Rondônia, Tocantins e parte do Amazonas neste fim de semana. Apenas Roraima deve registrar tempo firme.
Preveem-se chuvas de 20 a 30 milímetros por hora, com média de 50 milímetros diários. O fenômeno traz riscos de alagamentos, quedas de galhos, cortes de energia e descargas elétricas.
O alerta de chuvas também se aplica a Estados como Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro. O Distrito Federal deverá, conforme a previsão do tempo, encarar situação similar.
O Inmet recomenda evitar abrigar-se sob árvores durante ventos fortes e não estacionar veículos próximos a torres de transmissão. Aparelhos eletrônicos devem ser desligados da tomada. Além disso, a Defesa Civil ou o Corpo de Bombeiros devem ser acionados em caso de emergências.
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