Cristiano da Cunha, irmão de Cleriston da Cunha, o Clezão, esteve presente na manifestação deste domingo, 26, na Avenida Paulista. A reportagem de Oeste falou com Cristiano, que teve a oportunidade de discursar para dezenas de milhares de manifestantes ali presentes.
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Clezão estava preso desde o começo do ano, sob a acusação de ter participado dos atos de vandalismo de 8 de janeiro. Ele morreu na última segunda-feira, 20, durante banho de sol no pátio da Papuda, em decorrência das diversas condições de saúde de que sofria, sem tratamento adequado. Acompanhe aqui a cobertura de Oeste sobre a morte de Cleriston.
‘Vieram pelo mesmo motivo que eu: por justiça’
O seu irmão definiu como “maravilhosa” a manifestação popular de hoje. “A população veio pelo mesmo motivo que eu: por justiça.”
Há menos de uma semana da morte de Clezão, ele descreve como o momento é “muito doloroso” para ele e suas “sobrinhas e cunhada, mãe e irmãos, toda a família”. Edjane, viúva de Cleriston, também estava presente e falou aos manifestantes.
Burocracia e falhas técnicas teriam impedido visita ao irmão na cadeia
Cristiano, que mora na Bahia, terra natal também de Clezão, disse haver tentado visitar o irmão na Papuda quatro vezes, sem sucesso. Alega que “sempre um problema com burocracia” o impedia.
Recentemente, quando Cristiano finalmente conseguiu se cadastrar, “no dia em que era para fazer a visita, o sistema da penitenciária, a internet, falhou”, relata. “Não poderia entrar por causa da digital.”
‘Não deram atenção ao seu problema de saúde’
Cristiano conta que, desde a prisão de Cleriston, a família mobilizou recursos para contratar “advogados exclusivamente dele, [que] não eram de grupo político”. No entanto, “infelizmente, todas as ações dos advogados não foram aceitas”.
O que mais revolta Cristiano nesses “dez meses sem respostas” desde a prisão de Clezão é o fato de que “não deram atenção ao problema de saúde que ele tinha”. Cleriston, que “precisava de acompanhamento especializado”, contava apenas com um clínico geral, e nem sempre.
Com relação às necessidades médicas não atendidas do irmão, Cristiano ressalta que “os advogados deixaram tudo documentado”. Como Oeste noticiou, relatório da Defensoria Pública do Distrito Federal apontou uma série de falhas na ocasião da morte de Cleriston.