Para o Ministério Público de São Paulo (MPSP), Daniela Cristina de Medeiros Andrade, mãe do motorista do Porsche que bateu contra um carro de aplicativo, tentou atrapalhar as investigações. O acidente ocorreu no domingo 31 e vitimou Ornaldo da Silva Viana, um motorista de aplicativo; ele tinha 52 anos. As informações foram publicadas no jornal Folha de S.Paulo nesta sexta-feira, 5.
Segundo informações da Polícia Civil (PCSP), Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, foi levado do local no carro da mãe sob a alegação de que seria atendido no hospital São Luiz. Com isso, os policiais militares que atenderam a ocorrência não aplicaram o teste do bafômetro.
Andrade Filho compareceu a uma delegacia da PC cerca de 30 horas depois do acidente. Ele alegou que queria “evitar suspeitas de embriaguez”. Quando questionada sobre não ter levado o filho ao hospital, como mencionou aos policiais, Daniela afirmou que o levou para casa, porque ele estava sujo, depois de cair no asfalto, e ela também precisava se limpar, pois havia se ajoelhado no chão.
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No depoimento, a mãe disse que pediu a um policial para levar seu filho ao hospital, pois ele estava com dor, mas não sabia onde. Enquanto isso, outro policial tomava o depoimento do empresário e anotava seu número de celular. Assim, mãe e filho saíram do local.
Sobre as chamadas perdidas, Daniela alegou que tomou um relaxante muscular e esqueceu o celular no carro. Quando atendeu uma ligação dos policiais, disse que levaria o filho ao pronto-socorro, mas desistiu devido ao relaxante e ao medo de causar outro acidente ao dirigir.
Ela também relatou ter recebido ameaças por mensagens de texto e, com medo, decidiu não sair de casa nem na manhã seguinte quando acordou. Daniela disse ainda que tentou ligar para o policial e explicar a situação, mas ele não a atendeu.
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A promotoria afirmou que as justificativas são “pouco críveis”. “Os fatos acima inclusive, em tese, podem configurar crimes autônomos e deverão também ser apurados no bojo desta investigação por conexão probatória e teleológica com o crime principal”.
“O que denota que os envolvidos agiram de forma a tentar se furtar da aplicação da lei penal já tendo desrespeitado solicitações policiais”, disse a promotora Monique Ratton, da 6ª Promotoria de Justiça da Primeira Vara do Júri da Capital, responsável pelo parecer. “Isto ocorreu, inclusive, durante o momento do flagrante do crime, trazendo prejuízos à investigação, o que demonstra que não houve pedido arbitrário ou ilícito de prisão no caso”
Procurados pela Folha, os advogados da família não comentaram o parecer do Ministério Público.
Justiça nega pedido de prisão do motorista do Porsche
Na segunda-feira 1, a Justiça de São Paulo negou o pedido de prisão temporária de Andrade Filho. Os investigadores do 30º DP, do Tatuapé, pediram a prisão do suspeito por homicídio doloso, lesão corporal e fuga de local de acidente, mas o pedido foi negado na segunda-feira 1°.
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Ao portal UOL, o delegado Nelson Vinicius Alves explicou que o pedido foi encaminhado inicialmente para o Tribunal do Júri. Depois, o pedido foi enviado para um juiz de plantão, na expectativa de que a detenção fosse decretada ainda na segunda-feira, o que não ocorreu. A prisão temporária tem duração de cinco a 30 dias, com possibilidade de prorrogação pelo mesmo período.
Segundo a polícia, o motorista fugiu do local do acidente com a ajuda de sua mãe depois de colidir com o carro de Ornaldo da Silva Viana. Devido à fuga, não foi possível realizar testes de bafômetro nem exames toxicológicos em Andrade Filho.
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