Médico Renato Kalil vira réu por violência psicológica

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) tornou réu o obstetra Renato Kalil. Ele é acusado de violência psicológica e lesão corporal durante o parto da filha da influenciadora Shantal Verdelho. A Corte proferiu a decisão na quinta-feira 27.

A decisão do TJ-SP foi unânime e ocorreu em resposta ao recurso apresentado pela defesa da influenciadora e pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), revertendo a decisão de primeira instância que arquivara o caso.

Na expectativa de refutar a ação, a defesa de Kalil planeja apelar ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). O advogado do médico, Celso Vilardi, argumenta que a decisão do TJ foi meramente processual. No comunicado, Vilardi demonstrou confiança na absolvição final de Kalil.

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Entenda o caso

Segundo relatos de Verdelho, Kalil praticou abusos verbais e físicos durante o parto de sua segunda filha, em setembro de 2021. Conversas e vídeos vazados sugerem que o médico depreciava a mãe com diversas ofensas.

Verdelho afirma que Kalil usou uma técnica desaprovada, conhecida como Manobra de Kristeller. Segundo ela, o médico pressionou sua barriga para acelerar o parto — procedimento que coloca tanto a mãe quanto o bebê em risco.

No entanto, em razão da falta de provas, Carlos Alberto Corrêa de Almeida, da 25ª Vara Criminal, rejeitou e pediu o arquivamento do caso. Isso levou o Ministério Público e o advogado de Shantal Verdelho, Sergei Cobra, a recorrerem.

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Ao reverter a decisão, o TJ-SP considerou os fatos apresentados por meio de um vídeo gravado durante o parto. Além disso, o depoimento de 20 mulheres veio como um reforço adicional para a acusação.

Em outra frente, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) também iniciou uma investigação ético-profissional contra Kalil. Esse procedimento, pendente desde dezembro de 2020, pode resultar na revogação da autoridade médica de Kalil.