O Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) abriu um inquérito civil público contra a construção de um mirante com passarela de vidro na Pedra Grande, em Atibaia, no interior paulista. O jornal O Estado de S. Paulo divulgou a informação nesta segunda-feira, 24.
A autora do projeto é a empresa Sol do Brasil. Ambientalistas se posicionam contra a construção do mirante com passarela. O MPSP quer apurar se há irregularidades no projeto. Segundo a prefeitura de Atibaia, o projeto ainda está em fase de estudo.
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) é o órgão responsável pelo licenciamento. E disse que houve somente consulta prévia do empreendimento. A Fundação Florestal, que administra a unidade, por sua vez, afirmou que apenas autorizou uma sondagem no local.
Como seria o mirante com passarela no interior de São Paulo
A ideia da empresa é construir uma estrutura com torre de 15 metros de altura e uma passarela transparente para dar acesso ao mirante. Esse tipo de passarela é conhecido como skybridge.
O projeto do mirante artificial de Atibaia é inspirado na SkyGlass, que fica sobre um cânion em Canela, no Rio Grande do Sul. O projeto da Pedra Grande teria 10 metros a mais de altura que o mirante gaúcho e custaria em torno de R$ 20 milhões.
Leia também:
“Pela interpretação das plantas constantes nos autos do processo na Cetesb, é possível observar que o projeto de infraestrutura, na sua parte suspensa, extrapola os limites da zona de uso intensivo (para voos livres)”, afirma o MP. “Abrangendo também a zona de conservação, que não permite esse tipo de estrutura, conforme dispõe o plano de manejo (da unidade).”
Além disso, o MPSP está preocupado com um “possível impacto social no uso já estabelecido no atrativo”. No caso, a prática do voo livre na Pedra Grande.
O MPSP diz que a estrutura do mirante que seria construído no interior de São Paulo está na área de restrição do espaço aéreo para a prática de voo livre. Isso poderia comprometer ou inviabilizar a prática por questões de segurança.