O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) encontrou cinco erros na investigação do caso da palmeirense Gabriela Anelli, que morreu, aos 23 anos de idade. O jornal O Globo divulgou a informação nesta quinta-feira, 13.
No sábado 8, Gabriela foi atingida por uma garrafa arremessada no confronto entre a torcida do Palmeiras e a do Flamengo. Ela morreu na segunda-feira 10.
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O suspeito de ter arremessado a garrafa em Gabriela é o flamenguista Leonardo Felipe Xavier Santiago, de 26 anos. Ele foi solto na quarta-feira 12, por decisão da juíza Marcela Raia de Sant’Anna.
Os erros encontrados pelo Ministério Público na investigação da morte da palmeirense
A juíza Marcela atendeu ao pedido do MP-SP, que apontou cinco falhas na investigação do caso. Esse processo é conduzido pela Delegacia de Repressão e Análise aos Delitos de Intolerância Esportiva (DRADE).
Confira, a seguir, quais erros o Ministério Público encontrou na investigação da morte da palmeirense.
- 1) Contradição entre o depoimento do suspeito e a versão do delegado
O delegado que estava responsável pela investigação, César Saad, disse que Leonardo admitiu ter arremessado garrafas contra palmeirenses, embora tenha negado o objetivo de atingir Gabriela.
Em manifestação na Justiça, o Ministério Público disse que a versão apresentada pelo suspeito no interrogatório sobre a morte da palmeirense para a prisão foi diferente.
Leonardo disse que, “em suas mãos, tinha algumas pedras de gelo, as quais chegou a usar para revide” contra os supostos rojões lançados por palmeirenses na torcida flamenguista.
Ele fez a declaração no sábado, dentro da delegacia montada no Allianz Parque, estádio do Palmeiras. O suspeito também disse que as pedras de gelo “eram muito pequenas e não atingiram sequer a barreira” que separava as torcidas. Ele ainda negou ter “arremessado qualquer objeto de vidro para o lado dos palmeirenses”.
- 2) Diferença entre os vídeos da briga e a declarações do delegado
“Para além da inexistência da confissão anunciada pelo delegado, as imagens que aportaram nesta Promotoria de Justiça evidenciam a necessidade de que a investigação prossiga”, escreveu o promotor Rogério Leão Zagallo.
Isso porque os vídeos recebidos para a investigação mostram um homem barbado, com uma camisa cinza, e que arremessou uma garrafa de vidro contra os torcedores.
Já o flamenguista Leonardo, que foi detido na investigação, não usa barba nem vestia uma camisa do Flamengo no momento da prisão.
- 3) Versão de testemunha é diferente das imagens da briga
Um homem tido como testemunha na investigação disse que Leonardo foi responsável pela agressão que vitimou Gabriela. Ele declarou que a garrafa arremessada “bateu em seu peito, estilhaçou e atingiu o pescoço de sua colega”.
Porém, Zagallo disse que as imagens registraram que a garrafa atingiu primeiro um portão. De fato, atingiu a testemunha, mas quando já estava partida.
- 4) “Postura estranha” do delegado
O promotor do Ministério Público de São Paulo disse que o delegado Saad agiu com uma “postura algo estranha” na investigação da morte da palmeirense.
“Esse fato praticado por uma autoridade pública é assaz grave e censurável, pois, além de tipificar uma falácia, tem o poder de gerar falsas expectativas nos familiares de Gabriela, fazendo-os acreditar que a pessoa que assassinou o ente querido teria admitido o erro cometido e que sua justa e correta punição não tardará a materializar-se”, disse, referindo-se ao fato de o delegado ter dito que o suspeito admitiu culpa.
- 5) Ausência de interrogação dos guardas-civis
Os guardas-civis metropolitanos (GCM) foram os profissionais de segurança que intervieram na confusão que tirou a vida da palmeirense. Porém, não foram ouvidos pela investigação.
“Esses profissionais da GCM deveriam ter sido inquiridos quando da lavratura do auto de prisão em flagrante pelo delegado de polícia, ante a relevância da informação que eles poderiam ter fornecido para o cabal deslinde dos fatos em comento”, disse Zagallo.
Incrível como o MP virou passador de pano de criminosos. Que alegações mais esdrúxulas??? Vai ver são os mesmos que não viram nada no assassinato das 10 crianças lá no ninho de urubus. VERGONHA.
Tem coisa aí…! Será que o delegado é da Mancha Verde ???