O Ministério Público (MP) acredita que a namorada do empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, dono do Porsche que se envolveu em um acidente em São Paulo, foi coagida a negar a embriaguez do namorado no momento da colisão com outro veículo. A tragédia ocorreu em 31 de março e deixou uma pessoa morta.
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A promotora de Justiça Monique Ratton expressou preocupação desde o início sobre a possibilidade de a testemunha ser influenciada a alterar seu testemunho. Ela destacou a similaridade entre os depoimentos da namorada do empresário e da mãe dele — o que sugere uma coordenação entre ambas, possivelmente com os advogados, para negar que Fernando Sastre estivesse alcoolizado.
A coação
A promotoria também considera que Fernando Sastre consumiu álcool por aproximadamente cinco horas antes do acidente e ignorou as solicitações de seus amigos para não dirigir.
O empresário optou por conduzir o veículo em alta velocidade, o que culminou no trágico acidente. Monique Ratton citou ainda que a namorada de Fernando Sastre compareceu ao depoimento acompanhada por quatro advogados, os mesmos que representam o empresário.
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A interferência no relato da namorada levou o MP a solicitar a prisão preventiva de Fernando Sastre por violar a ordem judicial de não manter contato com testemunhas. Contudo, a Justiça negou o pedido e o tornou réu por homicídio doloso qualificado e lesão corporal gravíssima. O juiz Roberto Zanichelli Cintra desconsiderou os argumentos do MP, com base em “presunções e temores abstratos”.
Dono de Porsche terá de arcar com as consequências
A promotora enfatizou a intenção da defesa de minimizar a gravidade dos fatos desde o acidente. Monique Ratton acredita que a namorada de Fernando Sastre tenta ocultar a embriaguez do motorista para comprometer as investigações, algo que as imagens das câmeras corporais dos policiais ajudaram a comprovar.
Além disso, o MP alega que o crime foi cometido de forma a dificultar a defesa da vítima, Ornaldo Viana, que seguia as normas de trânsito e foi atingido pelo Porsche, que estava a 156,4 km/h em uma via com limite de 50 km/h.
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O MP convocou oito testemunhas para depor e solicitou dados da Justiça Militar sobre os policiais militares que liberaram Fernando Sastre depois do acidente, para que possam responder criminalmente. A pena para o crime de homicídio doloso qualificado varia de 12 a 30 anos de prisão.
Por sua vez, a defesa de Fernando Sastre, representada pelos advogados Jonas Marzagão e Elizeu Soares de Camargo, expressou confiança na Justiça e descreveu a decisão do juiz como “irretocável”. Além disso, negaram que houve fuga depois do acidente e justificaram a ação da mãe do empresário como uma tentativa de preservar a integridade física do filho.
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Se ela mentiu, tem que ir presa TAMBÉM.
Isto é perjúrio e ocultação de provas.