A estudante de psicologia Letícia Frota, 20 anos, pode se tornar a segunda brasileira a ganhar o Miss Mundo. Natural de Manaus, capital do Amazonas, ela participa da 71ª edição da disputa — que acontece neste sábado, 9, em Mumbai, na Índia.
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Em 1971, Lúcia Petterle, carioca, se tornou a primeira brasileira a vencer o concurso. Ou seja: o jejum já dura cinco décadas.
Do Amazonas para o Miss Mundo
Entre os títulos no currículo, Letícia é a primeira mulher do Amazonas a ganhar o Miss Brasil Mundo — disputa que venceu em agosto de 2022. A vitória a tornou embaixadora da luta contra a hanseníase no país — popularmente conhecida como lepra.
Além disso, a modelo se envolveu com ações sociais durante a seca em seu Estado. Graças ao trabalho, Letícia conseguiu um encontro com o Papa Francisco, no Vaticano, em 26 de janeiro.
Em 2023 o Amazonas viveu uma intensa seca. A modelo e um grupo de amigos se uniram para levar água potável e alimentos às vítimas da falta de água. Mais de 600 mil pessoas foram afetadas pela estiagem fenômeno. Todos os municípios do Estado entraram em situação de emergência.
Na Índia
Às vésperas de pisar na passarela do Miss Mundo, a modelo disse ao g1 que pretende valorizar e promover a cultura do Amazonas.
“Carrego no meu coração a responsabilidade de levar a Amazônia para o Mundo”, disse. Sempre que tiver oportunidade de promover e valorizar nossa cultura, identidade, valores e raízes o farei da melhor forma possível.”
Um dos trajes que Letícia pretende usar na passarela indiana é o “Sinhazinha da Fazenda”. Trata-se de uma homenagem ao Festival de Parintins, o maior evento folclórico do Estado — famoso pelas disputas de boi-bumbá.
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A veste foi criada por Kaleb Aguiar, estilista oficial do Boi Caprichoso. A cor azul predomina no traje em referência a arara.
“Inspirado em pequenos detalhes na sinhazinha do Caprichoso, Valentina Cid, e na preservação da Amazônia, o vestido foi feito com organza francesa e rendas francesas com penas de rabo de galo”, comentou o artista.
Para ganhar o Miss Mundo, a modelo do Amazonas terá de vencer representantes de outros 111 países. Pelo número de candidatas, o evento se tornou maior que o Miss Universo — cujo recorde foi de 94 participantes em 2018.
Na inscrição, não perguntaram se ela é XX ou XY.