Na noite da sexta-feira 11, moradores da região central de São Paulo se concentraram na esquina entre a Alameda Dino Bueno e a Avenida Duque de Caxias, para impedir o possível retorno de usuários de drogas da cracolândia para o local.
A manifestação durou aproximadamente duas horas e reuniu centenas de pessoas. O protesto ocorreu porque os moradores receberam a notícia de que a região poderia ser o novo ponto de concentração dos dependentes químicos.
“Quando vimos isso na reportagem, a gente mobilizou os moradores para fechar a Dino Bueno, para que aqui eles não voltem”, afirmou Luciana Lanzillo, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
Durante o protesto, os moradores gritaram “fora, cracolândia” e caminharam lentamente até fecharem a esquina entre as avenidas Duque de Caxias e Rio Branco. Eles fizeram uma espécie de cordão humano por cerca de meia hora.
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Para garantir a segurança dos moradores e o fluxo de veículos, viaturas da Polícia Militar e agentes de segurança acompanharam a manifestação. Por volta das 20h10, o grupo liberou as vias e encerrou o protesto.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) confirmou que a PM acompanhou a manifestação e que o protesto transcorreu de maneira pacífica, sem causar interdição de vias. O ato terminou de forma ordenada às 20h.
Frequentes mudanças no ‘fluxo’ da cracolândia
Ainda na sexta-feira 11, por volta das 18h, o entorno da Rua dos Gusmões e da Praça Júlio Prestes foi bloqueado por agentes da Polícia Militar. Ação ocorreu para tentar concentrar os usuários de entorpecentes em um só lugar.
Durante a noite, os usuários de drogas estavam espalhados pela região da Santa Ifigênia. A maioria concentrada na Rua dos Gusmões, na altura da Avenida Rio Branco. Outros grupos estavam nas ruas do Triunfo, dos Andradas e Vitória.
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A PM informou que uma operação foi realizada mais cedo na região, em virtude de dependentes químicos estarem impedindo comerciantes da Rua Santa Ifigênia de trabalhar.
“Basta! Chega de cracolândia! Nós queremos trabalhar”, dizia um cartaz. “Revitalização do Centro histórico de São Paulo é urgente e necessária”, reclamavam os manifestantes.
O perfil da Associação União Santa Ifigênia no Instagram se manifestou sobre a manifestação. A instituição afirmou que o ato era pela “dignidade dos que vivem e trabalham no Centro de São Paulo”.
“Os moradores e os trabalhadores são forçados a conviver com a insegurança diária, enquanto os comerciantes enfrentam o colapso de seus negócios devido à fuga dos consumidores”, indignou-se a associação.
O leitor pode ler a reportagem completa sobre o protesto na Santa Ifigênia ao clicar neste link.