O príncipe imperial do Brasil, Dom Antônio de Orleans e Bragança, morreu na manhã desta sexta-feira, 8, aos 74 anos. Ele estava internado desde julho na Casa de Saúde São José, localizada no Humaitá, bairro da zona sul do Rio de Janeiro.
Dom Antônio foi hospitalizado por causa de problemas respiratórios. A entidade confirmou que a causa da morte foi doença pulmonar obstrutiva. O velório ocorrerá na Igreja da Imperial Irmandade de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, situada no bairro da Glória, também na zona sul carioca.
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O príncipe deixa quatro filhos com a princesa belga Dona Christine de Ligne. Dom Antônio era tio do deputado federal Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PL-SP). Antônio era irmão do falecido pai do deputado, Eudes de Orléans e Bragança.
Com seu falecimento, Dom Rafael de Orleans e Bragança assume o posto de príncipe imperial do Brasil. Dom Bertrand de Orleans e Bragança segue como o primeiro na linha sucessória da monarquia brasileira.
Leia a nota da Casa Imperial do Brasil
“Cumprimos o doloroso dever de comunicar o falecimento de Sua Alteza Imperial e Real o Príncipe Imperial do Brasil, Dom Antonio de Orleans e Bragança, que, hoje, dia 8 de novembro de 2024, na cidade do Rio de Janeiro, aos 74 anos de idade, confortado com os Sacramentos da Santa Igreja, Deus Nosso Senhor teve por bem chamar a Si.
O falecido deixa esposa, a Princesa Imperial Viúva do Brasil, Dona Christine de Ligne de Orleans e Bragança; filhos, o Príncipe Imperial do Brasil, Dom Ratael de Orleans e Bragança, e as Princesas Dona Maria Gabriela e Dona Amélia de Orleans e Bragança; genro, James Spearman; e netos, Joaquim e Nicholas Spearman.
Profundamente consternado, o Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, a todos encarece orações em sufrágio da alma de seu dileto e sempre leal irmão. Informações sobre as Exéquias serão disponibilizadas oportunamente.“
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Quem era dom Antônio, príncipe do Brasil
Sua Alteza Imperial e Real, Dom Antônio João Maria José Jorge Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orleans e Bragança, seu nome completo, era príncipe imperial do Brasil, Príncipe do Brasil, príncipe de Orleans e Bragança e sucessor imediato dinástico de seu irmão, o príncipe dom Bertrand de Orleans e Bragança, chefe da Casa Imperial do Brasil.
Dom Antônio nasceu em 24 de junho de 1950, no Rio de Janeiro, o sétimo dos 12 filhos do príncipe Dom Pedro Henrique de Orleans e Bragança, chefe da Casa Imperial do Brasil, e da princesa Dona Maria da Baviera de Orleans e Bragança. As informações são do site oficial da Casa Imperial.
Em 1951, a Família Imperial Brasileira mudou-se para o norte do Estado do Paraná, grande fronteira agrícola do Brasil na época. Inicialmente, moraram na Fazenda São José, em Jacarezinho, antes de se transferirem, em 1957, para a Fazenda Santa Maria, em Jundiaí do Sul. Em 1965, a família se estabeleceu no Sítio Santa Maria, em Vassouras, antigo polo cafeeiro do Império, no centro-sul do Estado do Rio de Janeiro.
Dom Antônio começou seus estudos no Colégio de Jacarezinho e no Colégio Vassouras. Em 1976, concluiu o curso de engenharia civil na Universidade de Barra do Piraí (atualmente Centro Universitário Geraldo Di Biasi), no sul do Estado do Rio de Janeiro.
Ele trabalhou como engenheiro na Construtora Adolpho Lindenberg, onde começou como estagiário, e também na Nuclebrás Engenharia S.A. (atualmente Eletrobrás Eletronuclear), empresa de capital misto formada pela brasileira Nuclebrás e a alemã KWU. Posteriormente, atuou na Assessoria da Presidência da Varig Agropecuária S.A. e no setor comercial do Grupo Belga-Mineiro.
No dia 26 de setembro de 1981, Dom Antônio casou-se com a princesa Dona Christine de Ligne, nobre belga. A cerimônia ocorreu na Igreja de Saint-Pierre, em Beloeil, na Bélgica, e foi celebrada pelo Núncio Apostólico em Bruxelas, Mons. Eugenio Cardinale, que transmitiu aos noivos a bênção pessoal do papa João Paulo II.
Dom Antônio e Dona Christine tiveram quatro filhos: o príncipe Dom Pedro Luiz, a princesa Dona Amélia, o príncipe Dom Rafael (Príncipe do Grão-Pará) e a princesa Dona Maria Gabriela de Orleans e Bragança. Além disso, o casal teve dois netos, Joaquim e Nicholas Spearman, filhos de Dona Amélia e de seu marido, James Spearman.
Em 2015, a família mudou-se de Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, para a capital fluminense. Em 15 de julho de 2022, com a ascensão de Dom Bertrand à chefia da Casa Imperial do Brasil, Dom Antônio assumiu a posição de príncipe imperial do Brasil, como herdeiro presuntivo dos direitos dinásticos de seu irmão.
Assim como Dom Bertrand, Dom Antônio viajava pelo Brasil para participar de encontros monárquicos e eventos relacionados, em que defendia a restauração da monarquia e abordava questões históricas e sociais. Frequentemente, era convidado para representar a Família Imperial em solenidades oficiais no Brasil e em eventos de relevância na realeza e alta nobreza europeias.
Além disso, Dom Antônio foi um artista talentoso, com mais de 600 aquarelas produzidas, nas quais retratava as belezas naturais do Brasil e a arquitetura tradicional brasileira e europeia. Suas obras já foram expostas nas principais capitais e cidades do Brasil e da Europa.
Dom Antônio era um grande apreciador do golfe e do futebol, torcedor do Fluminense Football Club, assim como toda a Família Imperial. Em seu tempo livre, gostava de ler livros e assistir a documentários sobre temas históricos e religiosos.
Como príncipe imperial do Brasil, Dom Antônio ocupou a posição de comendador-mor das Imperiais Ordens de Nosso Senhor Jesus Cristo, de São Bento de Avis, de Santiago da Espada; grã-cruz e grande-dignitário-mor da Imperial Ordem da Rosa; e grã-cruz da Imperial Ordem de Pedro I.
Ele também foi grã-cruz de honra e devoção da Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta (Ordem de Malta); grã-cruz da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém (Santa Sé); e grã-cruz da Sagrada e Militar Ordem Constantiniana de São Jorge (Casa Real das Duas Sicílias).
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O Brasil precisa de pessoas como a família imperial como forma de manter o exemplo às instituições públicas e políticos. O maior golpe político realizado no Brasil chama-se proclamação da república – não nos tornamos uma república, no sentido de coisa pública, além de sofrermos com a ditadura de conchavos políticos de maioria simples. Acrescente-se ainda que não há federalismo, uma vez que os estados e municípios são apenas roteadores de dinheiro redistribuído da União. Está na hora de o Brasileiro repensar essa república.