O coronel do Exército Heitor Aquino Ferreira morreu, aos 89 anos, na noite de ontem. O velório e o enterro devem ocorrer nesta quinta-feira, 25. Ferreira se tornou um personagem marcante nos bastidores do regime militar (1964-1985).
Há três anos, o militar lutava contra um mieloma múltiplo, um câncer hematológico (originário nas células sanguíneas). Heitor fazia três sessões semanais de diálise e terapias para tentar conter a doença.
Entre outros trabalhos, Heitor fez a tradução definitiva do livro A Revolução dos Bichos, de George Orwell, além da Coleção de História Mundial e biografias consagradas, como de Churchill, Stalin, Hitler, Mussolini e Franklin Roosevelt.
Assessor do então ministro Golbery do Couto e Silva, entre 1964 e 1967, e do presidente Ernesto Geisel, de 1971 a 1979, Heitor escreveu um diário equivalente a dezessete cadernos, com cerca de meio milhão de palavras.
Em meio aos papéis, guardou documentos do alto escalão das Forças Armadas e entregou a maioria ao jornalista Elio Gaspari, que redigiu uma coletânea de cinco livros sobre o regime militar.
Heitor era gaúcho de Arroio Grande e testemunhou momentos-chave do regime militar.
Leia também: “‘O Brasil valoriza pouco os heróis nacionais'”, entrevista com Mauricio Moura publicada na Edição 121 da Revista Oeste