O médico Josias Caetano dos Santos, cirurgião que realizou um procedimento de hidrolipo na jovem Paloma Lopes, de 31 anos, responde a pelo menos 22 processos por negligência médica na Justiça de São Paulo. A jovem morreu durante a intervenção.
Conforme o advogado que representa as vítimas, José Beraldo, há casos de mulheres mutiladas e com grandes cicatrizes depois da realização de procedimentos com o médico. “Mulheres que foram procurar beleza e encontraram o horror, a verdade é essa”, disse o advogado em entrevista à CNN.
Médico responde a processos na Grande São Paulo
Os processos contra Josias tramitam em diversas comarcas, principalmente na capital e também em cidades da região metropolitana de São Paulo. A maioria ocorreu entre 2022 e 2023. As 22 ações de dano moral estão em fase de perícia médica, conforme ordem judicial.
As pacientes devem realizar as perícias no Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo para provar os danos decorrentes dos procedimentos. Suspeita-se que o médico realizava procedimentos estéticos – como cirurgias de lipoaspiração e de prótese de silicone – em diversos hospitais da capital.
Josias também atendia em seu consultório próprio, no bairro Tatuapé, na zona leste de São Paulo. O local, segundo apurações, não tem estrutura para a realização de cirurgias com esse nível de complexidade e consequente risco.
Há relatos de vítimas que dizem ter perdido o mamilo em intervenções para inserção de prótese de silicone. Uma das mulheres ajuizou uma ação de indenização por danos estéticos, morais e materiais contra o médico. O motivo seria uma necrose no seio depois de uma cirurgia de mamoplastia.
Vítima pede R$ 70 mil de indenização
A vítima procurou Josias. O médico propôs um enxerto. A paciente relata que os procedimentos de reparo, todos realizados no consultório do médico, não reverteram o processo. A vítima pede R$ 70 mil pelos danos.
A hidrolipo, também chamada de lipoaspiração tumescente, é o nome dado a uma lipoaspiração com anestesia local, ou seja, em que o paciente fica acordado durante todo o procedimento. A cirurgia leva o prefixo “hidro” no nome porque o médico injeta uma solução de anestésico, soro fisiológico e adrenalina para diminuir os vasos capilares e reduzir a perda de sangue.
Mulher pagou R$ 10 mil por procedimento
A mulher de 31 anos que morreu na terça-feira 26 depois de passar mal durante uma hidrolipo conheceu o médico pessoalmente apenas no dia da cirurgia. Ela pagou R$ 10 mil pelo procedimento, segundo o marido, Everton Silveira.
Paloma Lopes Alves teve primeiramente uma parada cardiorrespiratória. Ela recebeu socorro de uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel. Contudo, chegou sem vida ao Hospital Municipal do Tatuapé. O caso segue sob investigação.
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