Érika Souza, atualmente detida preventivamente na penitenciária de Bangu, enfrenta uma investigação mais abrangente depois de ter levado seu tio, Paulo Roberto Braga, já falecido, a uma agência bancária com o objetivo de retirar um empréstimo de R$ 17 mil.
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Inicialmente, as autoridades a investigavam por desrespeito ao cadáver e tentativa de subtração mediante engano. No entanto, com o surgimento de novas evidências, o delegado Fabio Luiz Souza, responsável pela 34ª Distrito Policial (DP-Bangu), passou a considerar a possibilidade de Érika também ser responsável por homicídio culposo, caracterizado pela ausência de intenção de matar.
Segundo as investigações, em 16 de abril de 2024, Érika, ao perceber que seu tio estava em claro risco de vida, decidiu não retornar ao hospital, optando por ir a um shopping. “Ao invés de ir novamente ao hospital ela se dirigiu ao shopping, configurando uma gritante omissão de socorro”, enfatizou o delegado em seu despacho, divulgado pela TV Globo.
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Essa decisão levou a uma análise mais detalhada de suas ações, indicando a possibilidade de um crime de homicídio culposo.
Esforços para ocultar a real condição do tio
Na tentativa de sacar o empréstimo, Érika foi filmada em vídeo pelas atendentes do banco enquanto tentava manter a cabeça de Paulo erguida e simulava uma conversa com ele, apesar de sua ausência de resposta. Ela insistia para que ele assinasse os documentos necessários. Demonstrava, com isso, um esforço para ocultar a verdadeira condição de seu tio.
A investigação se aprofundou com a descoberta de novas evidências. Depoimentos sugerem que Érika tentou redirecionar o empréstimo para uma conta pessoal e que visitou o banco sem o tio, na busca de efetuar o saque. Esse comportamento indica uma premeditação em suas ações.
Conclusões e próximas etapas da investigação
As conclusões do inquérito indicam que Paulo já estava morto quando foi levado ao banco, um fato do qual Érika estava ciente, conforme evidenciado pela maneira como ela manipulava o corpo para simular vida.
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“Não há dúvidas que Érika sabia da morte de Paulo, mas, como era a última chance de retirar o dinheiro do empréstimo, entrou com o cadáver no banco, simulou por vários minutos que ele estava vivo”, concluiu o delegado.
Com a conclusão da fase inicial do inquérito, a Polícia Civil do Rio de Janeiro avança para a próxima etapa, na qual decidirá se formaliza as acusações contra Érika pelos crimes investigados.
A incerteza sobre o momento exato da morte de Paulo continua, uma vez que o laudo médico não foi conclusivo. No entanto, as evidências sugerem uma morte ocorrida logo após a chegada ao shopping, corroborada por imagens e testemunhas que notaram Paulo em estado imóvel.