A Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (Nasa) registrou o ciclone subtropical Biguá, que atingiu o Rio Grande do Sul neste domingo, 15. Apesar dos estragos que causou no Estado, o fenômeno perdeu força no fim da tarde e se transformou em depressão tropical — área de baixa pressão.
As regiões atingidas pelo Biguá registraram chuvas intensas e ventos, que chegaram a velocidades entre 80 km/h e 100 km/h. As imagens tiradas pela Nasa mostram uma espiral de nuvens sobre a região, o que indica a presença do ciclone.
O deslocamento do Biguá para o norte, sobre a Lagoa dos Patos, resultou em interrupções no fornecimento de energia elétrica em várias cidades. Em Porto Alegre, o fenômeno foi severo, com rajadas de vento que ultrapassaram 80 km/h.
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Este é o primeiro ciclone subtropical a atingir o Estado desde maio, quando Yakecán causou estragos no Uruguai e no Rio Grande do Sul. Segundo projeções da Marinha do Brasil, Biguá se transformou em uma depressão tropical, com aumento da pressão central e enfraquecimento dos ventos. As ventanias não devem passar de 63 km/h, nesta segunda-feira, 16.
Nomeado pela Marinha por causa da natureza atípica, Biguá é o segundo nome na nova lista de ciclones atípicos, depois de Akará, uma tempestade que se formou em fevereiro na costa sudeste do Brasil.
Ciclones subtropicais são raros na região, ao contrário dos ciclones extratropicais, que são comuns no Atlântico Sul, principalmente em latitudes do Rio Grande do Sul para o sul.
Entenda a diferença entre os tipos de ciclone
A diferença entre ciclones subtropicais e extratropicais está na estrutura, na localização e nos mecanismos de alimentação. Enquanto os ciclones extratropicais são alimentados por diferenças de temperatura entre massas de ar frio e quente, os subtropicais combinam gradientes térmicos horizontais com processos de calor liberado pela condensação de vapor d’água.
Biguá possui uma estrutura híbrida, com características de ciclones tropicais e extratropicais. Apresenta um núcleo frio em altitude e um núcleo quente em níveis mais baixos da atmosfera, o que o diferencia dos ciclones extratropicais.
Os ciclones extratropicais possuem um núcleo frio, com frentes meteorológicas bem definidas. Já os subtropicais têm alimentação mista.
Confira a previsão do tempo para as capitais nesta segunda-feira:
Norte
- Rio Branco: chuva isolada e temperaturas elevadas;
- Macapá: parcialmente nublado com pancadas de chuva;
- Manaus: nublado com possibilidade de chuva à tarde;
- Palmas: sol com aumento de nuvens e pancadas de chuva;
- Belém: chuva intensa e calor;
- Boa Vista: sol entre nuvens, com pancadas isoladas à tarde; e
- Porto Velho: céu parcialmente nublado e pancadas de chuva.
Nordeste
- Maceió: sol com algumas nuvens e tempo seco;
- Salvador: céu parcialmente nublado, temperaturas amenas;
- Fortaleza: calor intenso e céu limpo;
- São Luís: sol e pancadas rápidas de chuva;
- João Pessoa: tempo ensolarado;
- Recife: sol entre nuvens e temperatura elevada;
- Natal: sol e poucas nuvens;
- Teresina: sol forte e calor seco; e
- Aracaju: ensolarado com nuvens esparsas.
Centro-Oeste:
- Brasília: sol entre nuvens e pancadas de chuva;
- Goiânia: pancadas de chuva com aumento de nuvens;
- Cuiabá: sol com nuvens e pancadas de chuva isoladas; e
- Campo Grande: sol e aumento de nuvens com possibilidade de chuva.
Sudeste
- Vitória: céu limpo e calor;
- Belo Horizonte: sol com nuvens e pancadas isoladas de chuva;
- São Paulo: nublado e possibilidade de chuva fina; e
- Rio de Janeiro: céu parcialmente nublado e temperaturas amenas.
Sul
- Curitiba: céu encoberto com possibilidade de garoa;
- Porto Alegre: céu nublado com temperaturas amenas; e
- Florianópolis: nublado e pancadas de chuva ao longo do dia.