Um incêndio florestal de grandes proporções consome, há mais de sete dias, a Terra Indígena Anambé, em Moju, no nordeste do Pará.
As chamas, que começaram em 28 de outubro, ameaçam a saúde dos moradores, incluindo crianças e idosos, devido à intensa fumaça. Indígenas e equipes de bombeiros trabalham juntos com o objetivo de conter o avanço do fogo.
Danielle Anambé, representante da Terra Indígena, informou que os indígenas interromperam suas atividades cotidianas para atuar como combatentes voluntários.
“Os parentes [indígenas] que estão como combatentes voluntários largaram tudo”, disse. “Não estão produzindo farinha e nem cuidando dos seus afazeres de subsistência”. O cacique geral, Pinawã Anambé, suspeita que o incêndio tenha começado em uma fazenda próxima ao território.
Incêndio em terra indígena já atingiu 50% do território
“Temos suspeita de que um fazendeiro ou empresa, que faz divisa com nosso território, colocou fogo no pasto”, afirmou o cacique. Ele também destacou que 50% do território já foi atingido pelas chamas.
“Eles tentaram apagar o fogo […] mas não conseguiram e o fogo acabou entrando para dentro do nosso território. Estamos nessa luta há mais de sete dias.”
A destruição não se limita à fauna e flora locais. Os impactos também afetam a qualidade de vida e o bem-estar da comunidade indígena.
A Terra Indígena Anambé, situada às margens do Rio Cairari, é formada pelas aldeias Mapurupy, Yrapã e Yetehu, abrangendo uma área de aproximadamente 8 mil hectares.
Para mitigar os efeitos negativos do incêndio, foi organizada uma campanha de doação de água, alimentos, itens de higiene e equipamentos de combate ao fogo. As doações podem ser entregues na Rua Gonçalves Ferreira, 471, no bairro Telégrafo, em Belém.
+ Leia mais notícias do Brasil em Oeste