Segundo o portal Datasus, 1.299 crianças e adolescentes (de até 19 anos) cometeram suicídio em 2021, o maior número desde 1996. Em 2022, foram 1.194 casos de suicídio nessa faixa etária, conforme dados preliminares do Governo Federal.
Os dados foram compilados pelo jornal O Estado de S.Paulo. Até 2021, a taxa de suicídios cresceu 49% entre adolescentes de 15 a 19 anos. Entre 2016 e 2021, chegaram a 6,6 óbitos a cada 100 mil habitantes. Na faixa etária dos 10 aos 14 anos, a taxa de crescimento chegou a 45%.
Em números totais, independente da faixa etária, o suicídio vem batendo recordes nos últimos anos no Brasil. O ano passado registrou o maior número de suicídios confirmados no país: foram 15.609. Em 2021, foram 15.499 óbitos entre adolescentes de até 19 anos e jovens adultos de até 39 anos, com aumentos percentuais de 40% e 42%, respectivamente.
Hospital de Curitiba tem 70% dos pacientes que tentaram suicídio na faixa etária de 14 anos ou menos
“Passamos a ver cada vez mais precocemente uma condição mental de maior fragilidade”, disse ao jornal Marianne Bonilha, psicóloga do Hospital Pequeno Príncipe de Curitiba, referência em pediatria no Brasil. “Nos últimos três anos, tornou-se mais frequente atendermos pré-adolescentes que tentaram suicídio.”
Desde o segundo semestre de 2021, a equipe do hospital viu crescer expressivamente o número de crianças e adolescentes que chegavam à emergência depois de terem tentado suicídio.
O quadro piorou em 2022. Segundo os profissionais, a idade das vítimas é cada vez menor. Quase 70% do feridos por tentativa de suicídio tinham 14 anos ou menos.
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Cyntihia Monique da Costa perdeu a filha de 13 anos em maio de 2021, no Rio de Janeiro. A família não notou mudanças no comportamento da menina antes do suicídio.
“Ela não deu sinais claros para a família, mas, sim, para alguns amigos”, disse Cynthia, que trabalha como comerciante. “Por isso, digo que devemos ensinar nossos filhos a identificar um amigo que esteja nessa situação porque isso faz com que possamos ajudá-lo.”
