Em artigo publicado na Edição 114 da Revista Oeste, o jornalista Dagomir Marquezi relembra a época em que os brasileiros tinham o privilégio de viajar de trem. Marquezi, que está em um trem rumo à Vitória (Espírito Santo), explica que o Estado de São Paulo já teve 18 ferrovias, com padrão europeu de excelência.
“As pessoas viajavam do Rio a Belo Horizonte de trem”, escreveu Marquezi. Para ele, o Brasil foi muito grande em termos ferroviais no século 20. A partir do governo Vargas, seguido por Juscelino Kubitschek, as ferrovias foram sumindo, para dar lugar às rodovias. Em 1957, mais de 20 ferrovias brasileiras foram unidas na camisa de força que foi o processo de estatização na Rede Ferroviária Federal (RFF).
Já em 1992, o governo de Fernando Collor de Mello resolveu desestatizar a RFF, mas quem terminou mesmo essa obra foi o então presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1999. O que parecia ser a solução para as ferrovias tornou-se a extinção delas. “Um crime contra o povo brasileiro”, afirmou Marquezi.
Leia um trecho
“A última esperança foi dada durante os anos do governo petista. A ex-presidente Dilma Rousseff garantiu que os brasileiros teriam um trem de alta velocidade ligando Campinas, São Paulo, São José dos Campos e o Rio de Janeiro a tempo para a Copa do Mundo de 2014. Era mais um embuste da era Lula. Uma estatal, a Empresa de Planejamento e Logística, foi criada para tornar o trem-bala uma realidade. O trem não veio, mas a estatal continua lá, firme. A EPL engole recursos, mas não entrega nem um trenzinho a pilha a quem a sustenta.
O governo Jair Bolsonaro está sendo ativo no desenvolvimento e na recuperação das ferrovias brasileiras. Seu maior trunfo foi um marco regulatório que facilita as coisas para quem quiser investir no setor. No início do governo, o então ministro Tarcísio Gomes de Freitas chegou a mostrar entusiasmo pela ideia de ressuscitar o TAV (Trem de Alta Velocidade) ligando Campinas, São Paulo e Rio com financiamento chinês. Logo, ele não falou mais do assunto. Foi um breve momento de ilusão.
Estamos à beira de uma nova eleição em nível federal e estadual. Mas nenhum candidato apareceu até agora com a mais simples proposta de estimular o transporte ferroviário de passageiros.”
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Revista Oeste
A Edição 114 da Revista Oeste vai além do texto de Dagomir Marquezi. A publicação digital conta com reportagens especiais e artigos de J.R Guzzo, Silvio Navarro, Guilherme Fiuza, Rodrigo Constantino, Ana Paula Henkel, Salim Mattar, Cristyan Costa, Bruno Freitas, Flávio Gordon, Bruno Meyer, Ubiratan Jorge Iorio, Gabrielle Bauer e Paula Leal.
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Cada povo tem o governo que merece!
Gostaria de contato com o autor desse texto. Suas colocações estão corretas mas as conclusões não, precisamos entender os motivos que fizeram o Brasil a chegar ao ponto que chegou. Não se fala da participação de Getulio Vargas no processo, não se fala do Monopólio exercido pela RFFSA, e não se fala da guerra das bitolas, alem de não se falar do decreto 5831. Participo de ONG Associação Ferroviária Trilhos do Rio, e percebemos que aqueles entusiastas do assunto desconhecem esses aspectos. Trabalhei no Governo do Estado do Rio de Janeiro visando restaurar o trem de Petropolis e fui exonerado. Enquanto não se entender os tópicos acima não chegaremos a lugar nenhum, seria um prazer ter contato com o autor do artigo ou alguém da revista Oeste e expor esses assuntos.
ISENTAR O JK DESSE CRIME, SERIA MAIS UMA FALCATRUA AO POVO BRASILEIRO….EM SÃO PAULO, TODAS AS GRANDES RODOVIAS SEGUIRAM CURSO PARALELO ÀS FERROVIAS EXISTENTES…CRIME E SEM DUVIDA BEM PAGO PELAS MONTADORAS
Aos 10 anos, tive o privilégio de ir de SP ao RJ no trem de Prata, com dormitórios e Restaurante, me lembro de praticamente de tudo, foi muito ”legal”, infelizmente quem deu início ao fim das Ferrovias, foram as Grandes montadoras de veículos que praticamente ”obrigou” o governo Federal, à época, de acabar com elas para investirem em fábricas de veículos e, agora, encontra dificuldades, quer com dinheiro, quer com licenças ambientais, que no Brasil, virou uma doença.
Se não me engano, essa foto é da minha cidade, Barra do Piraí, no sul do Estado do Rio de Janeiro, essa é a ponte Metalica, que hj é ponte de carros e pedestres. Barra do Piraí era o maior entroncamento ferroviário da América Latina e decaiu muito com o sucateamento das ferrovias. Espero que um dia isso mude…
As ferrovias que atendem o RJ, estão uma porcaria, pessoas andam socadas nos vagões, algumas estações são de propriedade do tráfico de drogas, há lugares que existiam satisfatoriamente maquinas a diesel que cumpriam o papel de interligar municipios distantes a bairros mais evoluidos, porém, os empresarios de ônibus “sabe-se lá como” , conseguiu junto a quem administrava as vias férreas, esvazia-las com interesses escusos.
Sempre foi mais inteligente fazer uma ferrovia que estrada de rodagem. Com ou sem asfalto. As ferrovias são eternas. Salvo um ponto ou outro, não sabemos de ferrovias terem descido morro abaixo. Já as estradas são um pesadelo de manutenção. E tivemos uns iluminados, falando em futuro, que detonaram a RFFSA. O que sobrou foi doado a uma empresa, que em vez de ampliar e fazer os produtos irem ao destino, até arrancaram os trilhos em certos trechos. Vergonha!!!!
A Ferrovia foi importante para a interiorização do Brasil em uma época em que as estradas eram extremamente precárias ou simplesmente não existiam . Com o passar do tempo as rodovias foram ganhando espaço e a ferrovia perdeu competitividade . Percorrer um trecho de 400 km em um trem de passageiros era um sacrifício enorme !! A velocidade era baixíssima e o grande número de escalas em pequenas estações era desanimador. Agora não podemos voltar ao passado e pensar em reativar trechos obsoletos!! É uma nova fase em que as ferrovias tem que ter alta velocidade e ser formatadas como verdadeiras artérias .
Bem apanhado. Sou fã de carteirinha de trens, sempre que posso faço uma viagem nos trilhos. Mas não devemos nos enganar que os trens de passageiros se sustentam. A grande “locomotiva” dos trens em todo o mundo é o transporte de carga. O transporte de passageiros é apenas um acessório.
Eu acho trem um barato!! Eu “viajo” muito de trem na internet. Vc sabe o que é uma gleisschotterbettungsreinigunsmachinen?
Não?
É uma máquina para limpar o lastro. A MRS acaba de comprar uma novinha na Suiça..
Vamos chegar, com Tarcisio e Bolsonaro.
Crime? De minha cidade, que fica a +/- 300 Km de Porto Alegre, uma viajem de trem até a capital levava, em média 17 horas. Construída pelos britânicos nos anos 30, a ferrovia foi feita obedecendo divisores d’agua. Isso evitou cortes e aterros, mas os trajetos ficaram muito mais longos. Hoje, o mesmo trajeto é feito de ônibus em pouco mais de 5 horas. O regime militar, para agradar e obter apoio do empresariado paulista, ignorou e abandonou totalmente o trem e investiu em estradas e asfalto. Estamos pagando caro pelas escolhas erradas.
Grandes montadoras de caminhões, patrocinadas em troca de alguma coisa, por JK
sucumbiram as ferrovias no Brasil.
Sucumbir é verbo transitivo indireto. JK não tem culpa, as ferrovias sucumbiram por falta de carga.