(J. R. Guzzo, publicado no jornal O Estado de S. Paulo em 22 de junho de 2022)
A educação pública no Brasil vive possivelmente os piores momentos que já teve em muitos anos; está entre as mais infames do mundo e, além disso, como se vê agora, é assaltada por quadrilhas de corruptos. A polícia investiga a exigência e o pagamento de propinas, numa operação de tráfico de influência na distribuição de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação para as escolas municipais. O ex-ministro Milton Ribeiro foi preso, por suspeitas de envolvimento no esquema. Treze mandados judiciais de busca e apreensão estão sendo cumpridos, em quatro Estados. Pastores evangélicos são denunciados por sua participação no roubo. É um fundo de poço — se fosse possível saber se este poço tem fundo.
Tudo o que o Brasil não precisa neste momento é exatamente isso que está acontecendo. Com as escolas fechadas durante dois anos, por conta dos “lockdown” anti-covid, o número de crianças de 6 e 7 anos de idade que não sabem ler nem escrever aumentou de 1,4 milhão, em 2019, para 2,4 milhões, em 2021. É uma tragédia. O Brasil está produzindo analfabetos, quando necessita desesperadamente fazer o exato contrário: dar à população ensino de melhor qualidade, com a transmissão dos conhecimentos hoje indispensáveis para que os jovens possam aspirar a uma vida profissional mais digna e contribuir com o bem-estar da sociedade. O país está imensamente atrasado nessa área — fica, a cada pesquisa internacional sobre situação do ensino, entre os piores do planeta.
Que esperança de progresso real se pode ter, em pleno século 21, quando o número de analfabetos aumenta? Não se trata, aí, dos casos já perdidos — adultos que não aprenderam o suficiente e agora não têm condições de recuperar o conhecimento perdido. Trata-se, isto sim, de fabricar crianças analfabetas, uma garantia de que nunca estarão qualificadas para a execução dos trabalhos melhor remunerados, menos primitivos e mais promissores profissionalmente. É uma agressão direta à cidadania — e uma das atitudes mais eficazes que uma sociedade poderia tomar para aumentar a concentração de renda, agravar as desigualdades e produzir pobreza.
O Brasil já tem as escolas fechadas por conta da covid — dois anos de pura perda, que não pode mais ser “reposta”. Tem professores sem capacidade para ensinar. Tem uma distribuição insana dos recursos públicos destinados à educação, com bilhões de reais desviados para um ensino superior de péssima qualidade, aparelhado por professores, políticos e funcionários, e inútil na transmissão de conhecimentos capazes de ajudar a uma sociedade moderna. Em cima disso tudo, agora, vem a corrupção. É uma situação de xeque-mate. Não há como dar certo.
É preciso lembrar, que o ex Ministro Milton, estava rastreando , fraudes de 1 bilhão no Fies, do governo Dilma e que, se os pastores pilantras, usaram o nome do ministro pra pedirem propina, não significa que o ministro fazia parte do esquema. É preciso aguardar os fatos.
Com respeito às raríssimas exceções (que aliás confirmam a regra), mas quase 100% dos professores são criminosos. Não encontro uma palavra melhor pra definir o que fazem com a população de um país inteiro.
Também a justiça APARELHADA atrapalha a educação, como ocorre em tudo neste Brasílzão.
Prova disto é juiz abominar escolas cívico-militares, como ocorrera neste último mês..
O jurídico no Brasil hoje em sua maioria é composto por elementos traiçoeiros, que fazem manifesto à favor de perdão a bandidos como luladrão.
Só maus exemplos.
A ruptura ocorrera separando dilmanta de temer naquele “ficamos livres “.
Podem ficar chateados todos os togados. Mas é lá que vemos como estão as cadeias e periferias de grandes centros.
Quase que a totalidade dos brasileiros de bem, acompanham essa bronca e, no mínimo, esse Supremo em nome da BOA FÉ, deveria entregar seus cargos a um superior tribunal militar
Hoje somos algozes, de um sistema, mecanismo, que a curto prazo pode ter consequências desastrosas.
Por falar em ensino, me parece que o correto seria trabalhos mais bem remunerados, e não “melhor remunerados”.
“Mais bem remunerados” ? Me parece que o Sr foi tentar corrigir mas acabou passando atestado de burr…
Estamos numa situação muito difícil na educação pelo aparelhamento mas tá na hora de tomar outras diretrizes, eu sou professor de geografia e abdico de ensinar porque o melhor professor é a internet