Antes restrita às universidades e à internet, a cultura do cancelamento chegou à imprensa tradicional. Há pouco mais de uma semana, o jornalista Alexandre Garcia foi demitido da CNN Brasil por defender o tratamento precoce. Ele não foi o único a deixar um veículo de comunicação por “crime de opinião”.
Em maio deste ano, o empresário Paulo Figueiredo se demitiu da rádio Jovem Pan depois de divergências com o chefe de redação, Humberto Candil. Figueiredo disse que estava sendo pressionado a mudar seus posicionamentos sobre determinados temas. Optou pela liberdade de expressão.
A seguir, os principais trechos da entrevista à Revista Oeste:
1 — Por que certos assuntos se tornaram proibidos na imprensa brasileira?
Seguindo um fenômeno muito parecido com o que ocorreu na mídia norte-americana depois de 2016, a imprensa brasileira passou a ser pautada por um único assunto: Bolsonaro. Agora, opiniões permitidas ou proibidas nos jornais dependem da posição de quem está no comando sobre determinados temas. Qualquer assunto que esteja de acordo com o que pensa Bolsonaro é imediatamente destruído. A imprensa se dedica a tentar provar o contrário. Se o presidente é a favor do tratamento precoce, isso é ruim. Caso haja boas notícias sobre o governo, os jornalistas escondem ou tratam do fato sob ótica negativa.
2 — Por que a grande mídia se tornou seletiva com jornalistas e pessoas que têm ideias divergentes?
Em 1922, o jornalista norte-americano Walter Lippmann publicou o livro Opinião Pública. Para ele, o repórter não precisava noticiar apenas os fatos, já que tinha suas próprias opiniões sobre o mundo. Se o cidadão acessasse as informações, sem o filtro do jornalista e de especialistas selecionados, o público acabaria chegando a conclusões erradas, levando a uma disfunção da democracia. Influente nas universidades, esse livro ensinou que os jornalistas têm a missão de educar a sociedade, e não informá-la. Por isso, a mídia deixou de ser escrava dos fatos. O jornalismo profissional e objetivo do século 20 morreu.
3 — Qual a origem do “totalitarismo” que os veículos de comunicação estão impondo?
As eleições de 2016 nos Estados Unidos, somadas ao crescimento das mídias sociais, que permitiram às pessoas saírem do mundo da imprensa tradicional. Já no Brasil, o processo fica mais acentuado em 2018, com a eleição de Bolsonaro. Os jornalistas adotaram a seguinte mentalidade: o presidente é Adolf Hitler. Portanto, temos a obrigação de retirá-lo do poder. Na mentalidade da mídia, é preciso impedir que os “ignorantes”, a quem chamam de “gado”, tenham “opiniões erradas”. Ao pensar assim, qualquer um que falar algo positivo sobre o governo precisa ser imediatamente afastado de tudo.
4 — A censura imposta ao pensamento conservador é um fenômeno apenas da mídia brasileira ou se aplica também à mundial?
Para mim, não existe “mídia brasileira”. Primeiro, o jornalismo objetivo norte-americano, no qual nossa imprensa se inspirou, começou a definhar por várias razões. Depois, entramos no jornalismo com viés (opiniões dos repórteres e dos donos dos jornais). Agora, estamos na militância pura. Por exemplo: na época da eleição do Barack Obama, a emissora MSNBC adotou o slogan da campanha do democrata.
5 — O jornalismo tem mudado muito nos últimos anos?
Sim. Essa mudança começou em meados dos anos 2000. Depois, chegamos a Trump e a Bolsonaro. A imprensa começou a publicar, descaradamente, notícias falsas, como o caso do conluio entre Trump e a Rússia. Volta e meia lemos no noticiário reportagens com “fontes anônimas” e “fatos” inexistentes. Há casos em que se pega um fato e o noticia de forma contrária. Dois exemplos: 1) a suposta incitação de Trump à invasão do Capitólio, mesmo com o presidente pedindo pacificação; 2) os “atos antidemocráticos” de 7 de Setembro — do lado da esquerda passavam-se imagens da oposição com bandeiras da ditadura do proletariado sob os dizeres “pão, trabalho e vacina”.
Leia também: “Sem liberdade de opinião”, artigo publicado na Edição 80 da Revista Oeste
Paulo Figueiredo… Sempre muito lúcido, bem informado e firme em suas convicções… Pena que a entrevista foi curtinha…
As pessoas deixaram de ler jornal, porque na maioria, não ter o hábito de leitura, os outros que consumiam, viram tanta mentira, que desistiram de ler.
A VERDADE É QUE A MIDIA, DE FORMA GERAL, SUBESTIMOU A CAPACIDADE COGNITIVA DE SEUS CLIENTES . HOJE, A TIRAGEM DE JORNAIS E REVISTAS,OS INDICES DE AUDIENCIA E FATURAMENTO DAS TELEVISÕES, SUAS IMENSAS E IMPAGAVEIS DIVIDAS, SÃO O RETRATO DO DESPREZO QUE A POPULAÇÃO DEVOLVE AOS PSEUDO MANIPULADORES DA INFORMAÇÃO
Em toda e qualquer atividade intelectual realizada pelo ser humano, haverá um viés ideológico ou político.
Sobre uma foto de campo de futebol poderiam ser noticiadas:
– como o uso do campo e a prática de esporte contribui para a sociedade local;
– os custos que o poder público tem pra manter o referido campo;
– a qualidade da imagem, do sombreamento da foto, do enquadramento do campo;
– sobre a vegetação original do local que foi destruída para a construção do campo.
– que a construção de uma galeria comercial no lugar do campo geraria empregos e renda;
O viés da notícia será de acordo com o perfil do público, do escritor, do canal de transmissão, etc.
A matéria da OESTE tenta levar o leitor a uma conclusão falsa.
Abre citando o caso do Alexandre Garcia, sugerindo que ele foi demitido por defender as ideias do governo e do conservadorismo.
Uma mentira.
Ele foi demitido por insistir no tal “tratamento precoce”, que não tem respaldo na ciência, sendo apenas uma bandeira política.
Ser uma bandeira política, por si só, não seria motivo lícito para a dispensa do jornalista, pois atentaria contra a liberdade de opinião e pensamento. Contudo, tal bandeira causa e causou a morte de milhares. Então essa bandeira, grosso modo, pode ser comparada a outras como foi a Ku Kux Klan.
Um dos comentários mais estúpidos que eu já li na Oeste. Idiota.
Reitero suas palavras. O indivíduo está no lugar errado querendo trazer desinformação até aqui, ele devia acompanhar a grande mídia que ignora os fatos satisfaz suas narrativas.
Tenho percebido que muitos destes individuos autoritários tem aparecido por aqui para, como sempre desinformar e pregar submissão às “verdades” do politicamente correto da esquerda.
FELIX
de que abismo hiante saistes? ó filho de satanás! é tão jumentóide que nem vale a pena argumentar por se tratar de um MAV ou débil mental!
A única dúvida que eu tenho é se a imprensa profissional algum dia existiu. Bolsonaro serviu pra mostrar várias coisas, entre elas que está imprensa sempre foi uma farsa.
Então, Liberdade de expressão existia na época do pt, volta pt kkkkkk
E a maioria batendo palmas!!!!!
Mas todas aquelas asneiras faladas contra a Dilma, estavam todas certas , A imprensa estava certinha kkkkk
Aprecio a conduta geral da Jovem Pan porque ela é plural, portanto longe de ser uma CBN (puxadinho da Globo). Nela tem de tudo, desde aqueles que destilam ódio ao governo Bolsonaro e que contaminam, o jornal da manhã, o morning show, o pânico e o 3 em 1.
Desnecessário dar o nome das figuras, porque de má fé ou ignorância desinformam, e fazem questão de não propagar quaisquer atos de sucesso deste governo. Por outro lado participam desses mesmos programas fazendo jornalismo sério e imparcial, toda a equipe do Pingo nos Ís, como Augusto Nunes, José M. Trindade, Ana Paula, Fiuzza e outros convidados como Constantino que procuram neste programa reconhecer méritos deste governo e fazer críticas aos descuidos pessoais de Bolsonaro e de seus auxiliares. Tão bom esse trabalho do Pingo nos Is que atualmente transmitem às 5as. feiras LIVE do presidente e fazem comentários que Bolsonaro assiste e aceita criticas, tornando-o até mais moderado.
Gosto da participação de Paulo Figueiredo, competente e ilustrado jornalista, que não tem papas na língua, até para criticar a desinformação ou fakes de seus pares de programa como também faz o Constantino com colegas insuportáveis. Provavelmente não se segurou nem nos bastidores com seu chefe de redação. A Jovem Pan perde um excelente comentarista.
Hoje, as pessoas que enxergarem alguma atividade ou medida em que o governo federal foi competente tem que ser colocada em CAMPOS DE REEDUCAÇÃO, na opinião da imprensa. Campos de Reeducação que o YouTube promove no mundo inteiro. Para a imprensa quem não usa máscara, vai para a 25 de março fazer compras ou vai a um bar tomar uma cerveja é genocida ou negacionista.
Tenho 61 anos e tenho uma lembrança do jornalismo no início dos anos 80.
Era comprador de uma loja de material de construção em minha cidade e recebia a visita de diversos representantes, entre eles de jornalistas que vendiam cm2 de espaço em seus jornais. Após os anos com os políticos enviando “balancetes e informativos de prefeituras e divulgações de obras públicas” , nunca mais houve necessidade de vender publicidade , pois, os políticos remuneravam essas empresas com o nosso dinheiro.
Sendo assim eu acho que faz parte da atual geração do jornalismo brasileiro depender do erário público para divulgar ” notícias” . Ainda hoje sobrevivem de “mesadas ” oferecidas para fabricarem boas notícias de quem paga.