José Alfredo de Lima, pai de Albino Santos de Lima, considerado o maior serial killer de Alagoas, foi indiciado por supostamente fornecer a pistola calibre .380 usada nos crimes do filho. De acordo com as autoridades, a arma foi utilizada em pelo menos dez assassinatos em Maceió.
Albino confessou ser responsável por oito dessas mortes, mas negou envolvimento no ataque a um casal de sua igreja. A Polícia Civil continua investigando outros oito casos que podem estar relacionados a ele.
Aos 69 anos, José Alfredo, um policial militar aposentado, afirmou ter emprestado a arma ao filho em duas ocasiões: a primeira, três anos atrás, para que Albino saísse com uma mulher, e a segunda, há quatro meses, para um trabalho como segurança em um condomínio.
Ele declarou desconhecer que a arma estava sendo usada nos homicídios e que não sabia das atividades criminosas do filho.
O delegado Gilson Rego Sousa, que preside o inquérito, afirmou ao jornal Folha de S. Paulo que não foi comprovado que o pai teria qualquer envolvimento nos crimes.
“A arma está, de fato, registrada no nome do pai dele”, disse. “Ele foi indiciado, no Estatuto do Desarmamento, por ter entregue a arma ao filho. O Albino disse que nunca falou nada para ninguém. Nenhum dos familiares sabiam. Os familiares também disseram que não sabiam que ele praticava esses crimes na região.”
Andamento das investigações
Nesta quinta-feira, 21, foi concluído o quarto de nove inquéritos sobre as mortes atribuídas ao serial killer. Este envolvia a morte de Beatriz Henrique da Silva, ocorrida em dezembro do ano anterior.
Albino foi indiciado por homicídio qualificado e lesão corporal em relação ao filho da vítima, de quatro anos, que foi atingido acidentalmente por um disparo.
Os outros cinco inquéritos, incluindo o incidente negado pelo suspeito, estão em fase final de diligências. Albino Santos de Lima, ex-segurança penitenciário, foi preso preventivamente em setembro.
Durante buscas, foram apreendidos diversos materiais, incluindo pastas com conteúdo pornográfico e informações sobre possíveis alvos.
Perfil psicológico e modus operandi de serial killer
O advogado de Albino, Geoberto Bernardo de Luna, afirma que seu cliente sofre de problemas psiquiátricos graves, como sociopatia, depressão e ansiedade, e já havia sido recomendado que tomasse medicamentos psiquiátricos.
As vítimas de Albino tinham entre 13 e 25 anos, sendo sete mulheres, incluindo uma trans. Conforme a investigação, ele seguia as vítimas e atirava na cabeça delas, sem dar chance de defesa. Albino usava roupas pretas, máscara e boné, deslocando-se a pé para realizar os ataques.
Os crimes ocorreram nos bairros de Vergel do Lago, Ponta Grossa e Levada, próximos à sua residência, onde foi preso. Apesar da violência dos atos, não houve registros de abuso sexual contra as vítimas. Imagens de câmeras de segurança foram essenciais para identificá-lo como autor dos crimes.
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