A família de Ana Clara Benevides quer entrar com uma ação civil contra a Time For Fun (T4F), empresa que produziu os shows de Taylor Swift no Brasil. A jovem, de 23 anos, morreu no show da cantora, no Rio de Janeiro.
Os pais da moça devem protocolar uma ação de danos morais contra a empresa. A informação foi dada pelo advogado do casal, João Paulo Sales Delmondes, ao Estadão.
A notícia veio depois de o laudo da autópsia mostrar que Ana Clara morreu devido ao intenso calor no Estádio Nilton Santos, o Engenhão, no Rio de Janeiro. Naquele dia, a sensação térmica na cidade era de cerca de 60 ºC.
Laudo isenta vítima
Para Delmondes, o documento comprova que os organizadores foram omissos com o bem-estar do público — o que causou a morte da estudante. O primeiro passo da equipe jurídica, nesse caso, é buscar a reparação de danos.
“Entendemos que estamos com todos os elementos probatórios suficientes”, declarou o advogado ao Estadão. “Ou seja, as condições climáticas no dia do evento, a falha da organização dificultando a entrada de água, a ausência de pontos de hidratação [e] o pronunciamento do próprio CEO da T4F reconhecendo os erros no dia da fatalidade.”
Além disso, o principal seria o laudo mostrando “que Ana Clara não tinha problema cardiovascular, não tinha feito ingestão de substâncias ilícitas e tampouco possuía um condicionamento físico inadequado”. Isso “acaba confirmando que a falha da organização do evento fizeram com que Ana ficasse exposta ao calor extremo e, fatalmente, culminasse em sua morte”.
Indiciamento na esfera criminal
Delmondes ainda diz que a família espera que os responsáveis sejam indiciados na esfera criminal, depois da conclusão do inquérito. No final de novembro, a Delegacia do Consumidor (Decon) abriu um inquérito para apurar o crime de perigo para a vida ou a saúde.
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O advogado da família entende que nada vai diminuir a dor dos pais de Ana Clara. “O objetivo da família é buscar o judiciário com um caráter punitivo para mostrar que a empresa errou e para ser responsabilizada pelo dano que cometeu”. E, com isso, “servir de exemplo para que outras famílias não passem pela mesma dor que a família da Ana Clara vem passando”.
TF4: ‘Não tiveram a melhor experiência possível’
No final de novembro, Serafim Abreu, CEO da Time For Fun, se pronunciou sobre os acontecimentos nos shows de Taylor Swift no Rio de Janeiro. No vídeo, publicado nas redes sociais da empresa, ele pediu desculpas às pessoas que “não tiveram a melhor experiência possível”.
O pronunciamento se deu seis dias depois da morte de Ana Clara e no dia seguinte à abertura do inquérito da Polícia Civil do Rio de Janeiro. As autoridades investigam a produtora por crime de perigo para a vida ou para a saúde.
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“Decidi gravar esse vídeo para falar diretamente com nossos consumidores, parceiros, fãs e público geral”, disse o empresário. “Sabemos a enorme responsabilidade que temos ao organizar um evento desse porte, por isso não economizamos esforços e recursos para seguir sempre as melhores práticas mundiais do setor, para garantir conforto e segurança para todos.”
“Ainda assim, enfrentamos dias de calor extremo no Rio de Janeiro, com sensação térmica altíssima e sem precedentes”, prosseguiu. “Sim, reconhecemos que poderíamos ter tomado algumas ações alternativas, adicionais a todas as outras que fizemos, como, por exemplo, criar locais de sombra nas áreas externas, alterar os horários dos shows anteriormente programados e enfatizar mais a permissão de entrada com copos de água descartáveis.”
Para Abreu, os acontecimentos serviram para o aprendizado de novas práticas para momentos de calor extremo. “Entendemos também que todo o setor precisa repensar sua atuação diante dessa realidade.”
Entenda o caso
Ana Clara Benevides, de 23 anos, morreu depois de passar mal durante a apresentação da cantora Taylor Swift, no Rio de Janeiro. Ela sofreu exaustão térmica por causa do calor. De acordo com g1, essa é a informação que consta no laudo de necropsia.
Com um público de cerca de 60 mil pessoas, a tragédia marcou o primeiro show da turnê The Eras Tour no Brasil. Em 17 de novembro, dia da apresentação, houve máxima registrada de 40 ºC e sensação térmica de quase 60 ºC, ou seja, um calor extremo.
A empresa responsável pelo show no Brasil foi alvo de críticas por problemas de organização e pela proibição de que os fãs levassem sua própria água ao estádio. Com a morte de Ana Clara, autoridades anunciaram novas medidas para shows e espetáculos no país, o que inclui a permissão da entrada de garrafas de água para uso pessoal.
Revista Oeste, com informações da Agência Estado
Vale lembrar que alguns familiares dela FORAM no show, APÓS sua morte. Com camisas com a foto dela ainda, algo nefasto.
Danos morais??? O que esses caras fizeram é criminoso.
Quem fez o que??
Com esse judiciário ativista não vai dar em nada.