Em artigo publicado na Edição 63 da Revista Oeste, o colunista Theodore Dalrymple analisa a obra do arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha, morto aos 92 anos.
Leia um trecho
“Que ninguém deveria falar mal dos mortos — dos que acabaram de morrer, melhor dizendo, porque a passagem do tempo confere decência a lembranças adversas e críticas — é um princípio da civilização. Mas, como todos os princípios que regem o bom comportamento, existem exceções. Quando um homem expõe seu trabalho diante do público, é razoável que, quando de sua morte, ao falar dele, sua qualidade seja avaliada. Quando Benjamin Haydon, um artista inglês do século 19, cometeu suicídio cortando a própria garganta por causa de seu repetido fracasso em ser reconhecido como pintor, Charles Dickens escreveu que nenhum grau de solidariedade por ele como homem disfarçaria o fato de que Haydon havia se enganado sobre sua vocação e, de fato, era um pintor muito ruim.
Nenhum homem expõe mais seu trabalho diante do público do que um arquiteto. Aliás, quando esse trabalho é muito grande ou está em posição de destaque, o público não pode simplesmente evitá-lo, mesmo que deseje muito fazê-lo. Um poema ruim ou uma imagem ruim são fáceis de evitar, mas um edifício monstruoso não é. Com o avanço dos sistemas públicos de som, música ruim recai em algum ponto entre os dois extremos de evitabilidade.”
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Revista Oeste
A Edição 63 da Revista Oeste vai além do texto de Theodore Dalrymple sobre a obra do arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha. A publicação digital conta com reportagens especiais e artigos de J. R. Guzzo, Augusto Nunes, Ana Brambilla, Evaristo de Miranda, Guilherme Fiuza, Ana Paula Henkel, Silvio Navarro, Dagomir Marquezi e Rodrigo Constantino.
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