Durante oito dias, o Primeiro Comando da Capital (PCC) sequestrou e torturou dois irmãos, que não tiveram a identidade revelada, em um julgamento paralelo conhecido como “tribunal do crime”. O caso ocorreu em Hortolândia, no interior de São Paulo.
Lideranças do PCC realizam o sequestro e a tortura no “tribunal do crime” como forma de punição. Lá, eles julgam integrantes da própria facção que cometeram algum tipo de infração ou integrantes de facções rivais.
De acordo com informações da Record TV, a Polícia Militar de São Paulo (PM-SP) recebeu uma denúncia anônima e se deslocou até um carro estacionado no meio de um conjunto habitacional invadido. No veículo, os agentes encontraram sangue e acionaram reforço para revistar a região.
As imagens das câmeras corporais dos policiais registraram o momento em que eles revistam os apartamentos, até que, em um deles, começa uma gritaria. Pouco depois, as autoridades capturam os quatro suspeitos e libertam os dois reféns.
Vítima integrava facção criminosa rival do PCC
As investigações apontaram que o PCC sequestrou e capturou uma das vítimas depois que ela admitiu, em um bar, que pertencia ao Comando Vermelho (CV), facção criminosa do Rio de Janeiro e rival do PCC.
Depois de libertados, os irmãos contaram aos agentes que ficaram oito dias sob ameaça de morte e que haviam passado por sete cativeiros diferentes.
Segundo os policiais, os quatro suspeitos — Pedro Henrique Coelho de Souza, Diego Galdo de Araújo, Davi Luiz Santos do Nascimento e José Nobre Vieira Neves — fariam um julgamento dos reféns. O quarteto só estava aguardando o aval de criminosos do alto escalão da facção para executar os reféns..
Os policiais só descobriram o caso depois que acessaram uma conversa de aplicativo de mensagens usado por integrantes do PCC.
Ainda segundo a polícia, o alvo era apenas um dos homens. Contudo, o outro irmão, ao tentar resgatar o familiar, também acabou julgado no tribunal do crime.