Uma perfuração em um local sensível foi o gatilho para a liquefação dos rejeitos minerais da barragem B1, da Vale, na mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), em janeiro de 2019. A conclusão é da Polícia Federal (PF) de Minas Gerais, que ontem, sexta-feira 26, anunciou a conclusão da perícia que investigou as causas do acidente que resultou na morte de 270 pessoas. A Vale informou, em nota, que tomou conhecimento da conclusão da perícia e vai avaliar o teor do laudo. Futuras manifestações serão feitas nos autos pelo advogado da empresa, David Rechulski.
De acordo com a PF, cinco dias antes do rompimento da barragem, funcionários começaram a perfurar uma área de sua parte inferior para avaliar o solo e implantar piezômetros (equipamento usado para monitorar o nível de água no solo) e inclinômetros (para monitorar a inclinação do solo). O fluido usado no resfriamento da coroa da sonda de perfuração dobrou a pressão de água no local, que já era sensível, provocando a liquefação, disse o policial federal Leonardo Mesquita de Souza. “Uma perfuração como essa é corriqueira em obras de grande porte, mas a barragem tinha um fator de segurança muito baixo, de 9%, quando o mínimo aceitável é 30%, afirmou. O delegado Luiz Augusto Nogueira disse que a polícia agora identificará a responsabilidade das empresas e pessoas que trabalharam na perfuração para a colocação dos equipamentos de monitoramento.
A conclusão da PF é diferente da conclusão de um grupo de especialistas independentes contratados pela Vale. O grupo de profissionais concluiu que o rompimento ocorreu de forma abrupta e sem sinais prévios aparentes, que pudessem ser detectados pelos instrumentos de monitoramento geotécnico usualmente empregados pela indústria de Mineração mundial.
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Com informações do Valor Econômico