Um relatório produzido pela Universidade Politécnica da Catalunha (UPC), na Espanha, revelou que a ruptura da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, ocorreu devido ao fenômeno da liquefação — processo em que os sedimentos sólidos passam a se comportar como fluídos e sobrecarregam a estrutura.
Segundo levantamento, uma perfuração feita em 2018 em um ponto crítico da barragem para instalação de drenos teria ocasionado o problema. “A maioria dos rejeitos da barragem eram fofos, contráteis, saturados e mal drenados e, portanto, altamente suscetíveis à liquefação.”
O documento cita o grave incidente que resultou em vazamentos visíveis de lama em vários pontos da barragem, mas que foram contidos. O problema provocou um aumento local e temporário nas pressões piezométricas da água e algum abatimento na barragem.
A contratação da UPC é fruto do acordo celebrado entre o Ministério Público Federal (MPF) e a Vale, que assumiu os custos para a realização das atividades para a conclusão das investigações sobre as causas do rompimento da barragem.
Tragédia
O acidente ocorreu em 25 de janeiro de 2019 na cidade mineira de Brumadinho. Dos 270 mortos, 261 foram identificados, mas nove seguem desaparecidos.
A Polícia Civil também realizou um inquérito que serviu de base para a denúncia do MPF, aceita pela Justiça em fevereiro de 2020. Por meio dela, 16 pessoas se tornaram rés, 11 funcionários da Vale e cinco da Tüv Süd, empresa alemã que assinou a declaração de estabilidade da barragem.
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