A Polícia Federal indiciou Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como “Colômbia”, como mandante dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, ocorridos em junho de 2022 no Vale do Javari, Amazonas.
O documento foi enviado à Justiça na sexta-feira 1º. Nove pessoas foram indiciadas, mas Rubén é o único apontado como mandante. Ele também é investigado por pesca ilegal e tráfico de drogas.
Segundo a investigação, “Colômbia” forneceu cartuchos para o crime, financiou a organização criminosa e coordenou a ocultação dos corpos. Os assassinatos ocorreram devido às fiscalizações feitas por Bruno Pereira. Depois de dois anos de investigação, a PF destacou a atuação do crime organizado em Atalaia do Norte, ligado à pesca e à caça ilegais.
O inquérito mostrou que as atividades criminosas geraram ameaças aos servidores de proteção ambiental e às populações indígenas, além de causar impactos socioambientais.
“Colômbia” está preso desde dezembro de 2022. Bruno e Dom desapareceram durante expedição na Amazônia, sendo vistos pela última vez em 5 de junho daquele ano, na comunidade de São Rafael.
Os restos mortais foram encontrados em 15 de junho. As vítimas foram mortas a tiros, esquartejadas, queimadas e enterradas. Laudo da PF revelou que Bruno foi atingido por três disparos, enquanto Dom foi baleado uma vez. Os corpos foram localizados depois de Amarildo da Costa Oliveira confessar participação nos assassinatos e indicar o local.
Outros envolvidos nos asssassinatos de Bruno e Dom
Além de Amarildo e “Colômbia”, foram acusados Jefferson da Silva Lima, o “Pelado da Dinha”, Jânio Freitas de Souza e Oseney da Costa de Oliveira, o “Dos Santos”.
Em julho de 2022, o MPF destacou que Amarildo e Jefferson confessaram o crime. A participação de Oseney, que nega envolvimento, foi mencionada por testemunhas.
Em junho deste ano, a Justiça Federal indiciou mais cinco homens por ocultação de cadáver e corrupção de menores, depois de forçarem um adolescente a participar do crime. Todos estão em liberdade, exceto Francisco.
Perfil das vítimas
Dom Phillips, jornalista britânico, estava no Brasil havia cerca de 15 anos, conhecido por relatar a crise ambiental e comunidades indígenas na Amazônia.
Bruno Araújo Pereira, indigenista que acompanhava Dom, era especialista em indígenas em isolamento. Casado com a antropóloga Beatriz Matos, deixou dois filhos.
Pernambucano, ingressou na Funai em 2010 e chegou a coordenador regional do Vale do Javari, cargo que deixou em 2016 depois de conflitos entre povos isolados.
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