Em depoimento à CPI da Covid nesta quinta-feira, 13, o ex-presidente da Pfizer Brasil Carlos Murillo, atual gerente-geral da farmacêutica na América Latina, afirmou que as primeiras ofertas de vacinas contra a covid-19 foram apresentadas ao governo brasileiro em agosto do ano passado.
De acordo com Murillo, as primeiras reuniões com a pasta ocorreram ainda em maio e junho de 2020, mas foram conversas apenas “iniciais” e “exploratórias”. “Em julho, fornecemos ao Ministério da Saúde uma expressão de interesse [na venda dos imunizantes]“, afirmou o executivo da Pfizer. “Tivemos outras reuniões em agosto, em que aprofundamos alguns detalhes.”
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As primeiras duas ofertas foram apresentadas no dia 14 de agosto de 2020 (de 30 milhões e 70 milhões de doses da vacina), com “possível cronograma de entrega durante o fim de 2020 e durante o ano de 2021”, segundo Murillo. Na sequência, novas ofertas foram feitas em 18 e 26 de agosto.
Em novembro, a Pfizer fez uma “atualização” da oferta ao governo brasileiro: nos dias 11 (70 milhões de doses) e 24 (mesma proposta). Já em 2021, no dia 25 de fevereiro, foram oferecidos 100 milhões de doses da vacina contra a covid-19 — proposta reiterada no dia 8 de março. Finalmente, em abril, a farmacêutica apresentou uma oferta adicional de mais 100 milhões de doses.
O contrato entre a empresa e o governo federal foi assinado em meados de março, em um “pacote” que envolveu também a Janssen: o Ministério da Saúde garantiu a aquisição de 138 milhões de doses das duas vacinas (100 milhões da Pfizer/BioNTech e 38 milhões da Janssen).
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