Um casal de Joinville (SC), foi preso nesta quarta-feira, 22, depois de arrecadar mais de R$ 3 milhões em 2017 para o tratamento da doença degenerativa atrofia muscular espinhal (AME) de seu filho, Jonatas, que faleceu em 2022.
Renato e Aline Openkoski, de acordo com o portal UOL, estavam foragidos e foram condenados em 2022 por estelionato e apropriação de bens, com penas somadas de 70 anos de prisão em regime fechado.
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A Polícia Civil de Santa Catarina executou os mandados de prisão do casal, que fugiu de Balneário Camboriú (SC) e foi localizado em Morro do Meio, em Joinville.
Os dois foram responsáveis pela campanha AME Jonatas, iniciada em 2017. A investigação começou em janeiro de 2018, depois de suspeitas de que usavam as doações para financiar um estilo de vida luxuoso, que incluiu uma viagem à Ilha de Fernando de Noronha no réveillon de 2017.
Detalhes das investigações e uso indevido dos fundos
As investigações, solicitadas pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), revelaram que os pais usaram indevidamente os fundos arrecadados, que deveriam comprar o medicamento Spinraza, cujo custo é de R$ 367 mil por dose.
Em março de 2018, a Justiça bloqueou os cerca de R$ 3 milhões arrecadados e um veículo de R$ 140 mil. O dinheiro só era liberado para despesas comprovadas e específicas para o tratamento do garoto.
De acordo com a delegada Georgia Marrianny Gonçalves Bastos, da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso de Joinville, o casal não só utilizava o dinheiro para gastos básicos, mas também para luxos, como viagens, baladas, restaurantes caros. Até tentou comprar uma loja de roupas.
Em março de 2018, a Polícia Civil realizou uma busca na residência do casal, apreendeu produtos de marcas famosas e um veículo de luxo.
Conclusão do inquérito e condenações
O inquérito foi concluído com o indiciamento do casal por estelionato e apropriação indébita. Eles foram condenados ao pagamento das custas processuais e a uma indenização mínima de R$ 178.176,25, destinada à vítima do crime de estelionato e a uma entidade social que cuida de crianças com AME.
A sentença foi proferida pelo juiz Paulo Eduardo Huergo Farah, da 4ª Vara Criminal da comarca de Joinville. O advogado do casal, Emanuel Stopassola, afirmou em nota que “serão defendidos o devido processo legal, o contraditório, a ampla defesa e todos os meios de prova e recursos inerentes.”