A Polícia Civil de São Paulo prendeu, nesta sexta-feira, 1º, Aleksander Tancredi, integrante da torcida organizada Mancha Alviverde, do Palmeiras. O torcedor é suspeito de participar de uma emboscada que resultou na morte de um torcedor do Cruzeiro e deixou outros 17 feridos em um ataque ocorrido no último domingo, 27.
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Aleksander, identificado pelos investigadores como um dos principais envolvidos na emboscada, não estava entre os seis suspeitos inicialmente identificados pela polícia. Com a operação de hoje, ele e mais um torcedor foram incluídos na lista de investigados e tiveram suas prisões temporárias decretadas. Até o momento, Aleksander é o único dos oito suspeitos preso.
A prisão foi realizada na Freguesia do Ó, zona norte de São Paulo, e Aleksander foi levado à 6ª Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade), onde será ouvido e permanecerá à disposição da Justiça. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que as buscas pelos demais suspeitos continuam para cumprimento dos mandados de prisão.
Mais cedo, a Polícia Civil e o Ministério Público realizaram uma operação para prender os outros suspeitos e coletar provas. Os agentes estiveram na sede da Mancha Alviverde, na Barra Funda, zona oeste de São Paulo, onde apreenderam computadores, documentos e máquinas de cartões bancários. Dentro do local, foram encontradas roupas com manchas de sangue.
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A operação ainda incluiu o cumprimento de nove mandados de busca em outros locais ligados aos suspeitos, como imóveis em São Paulo, Taboão da Serra e São José dos Campos. De acordo com a delegada responsável, Fernanda Herbella, o objetivo é “prender os alvos envolvidos no crime e coletar o maior número de provas que possam auxiliar na continuidade das investigações”
Federação proíbe organizada do Palmeiras de entrar em estádios
A Federação Paulista de Futebol (FPF) proibiu a presença da Mancha Alviverde nos estádios de São Paulo a partir da última quarta-feira, 30. A portaria tem prazo indeterminado e é consequência de uma recomendação do Ministério Público do Estado.
A Mancha Alviverde comunicou ao jornal O Estado de S. Paulo que não vai se pronunciar sobre a decisão da FPF. Na segunda-feira 29, a torcida organizada negou envolvimento com o confronto.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o confronto começou por volta das 5h. Na ocasião, torcedores da torcida organizada do Palmeiras atacaram com rojões um ônibus da Máfia Azul, maior torcida organizada do Cruzeiro, em um pedágio na Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã.
Havia dois ônibus cruzeirenses, que voltavam de um jogo em Curitiba. Os palmeirenses utilizaram pregos retorcidos para furar os pneus dos veículos e obrigá-los a parar na estrada. Depois, incendiaram completamente um dos veículos da torcida rival e depredaram o outro.
A Delegacia de Mairiporã recebeu o primeiro registro do caso, tipificado como homicídio, incêndio, associação criminosa, lesão corporal e tumulto com violência. A Drade assumiu a investigação depois e teve assistência do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPSP.
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