Os investigadores de polícia do caso do bolo envenenado que matou três familiares em Torres (RS) afirmaram nesta sexta-feira, 10, que há fortes indícios de que Deise Moura dos Anjos, membro da família e principal suspeita de ser autora do crime, “praticava homicídios em série”.
Além das três familiares mortas em dezembro, Deise teria envenenado, também com arsênio, o sogro, Paulo dos Anjos, 68, morto em setembro de 2024. Na época, ele foi internado depois de comer bananas e leite em pó levados à casa dele pela nora Deise. A morte do idoso foi registrada como resultado de complicações de uma infecção intestinal.
Polícia diz ter ‘provas robustas’
“Impossível que este caso seja de intoxicação alimentar, contaminação natural ou degradação de qualquer substância”, afirmou Marguet Mittmann, diretora do Instituto-Geral de Perícias. Em entrevista coletiva, a agente acrescentou: “Conclui-se, portanto, que a causa da morte de Paulo foi envenenamento”.
A autoridade disse ter “provas robustas” de que Deise matou quatro pessoas. “Fortes indícios mostram que essa mulher não só matou quatro pessoas e tentou matar outras três, como também participou de outras tentativas de homicídio”.
Conforme a Polícia Civil, a suspeita “pesquisou, comprou, recebeu e usou veneno” para matar as vítimas. Os investigadores informaram haver provas técnicas que comprovam a compra, por parte de Deise, de veneno em quatro oportunidades em um período de cinco meses. “Uma foi antes da morte do sogro e as outras antes do envenenamento das outras familiares”.
Deise teria inventado uma narrativa para convencer a sogra a não levar adiante a apuração sobre a morte do marido. “Primeiramente, depois da morte do sogro, ela tenta a cremação do corpo. Depois, argumenta que seria por causa de bananas com bactérias em razão principalmente das enchentes em Canoas”, explicou a perita.
A defesa de Deise ainda não se manifestou sobre as acusações mais recentes, segundo o site UOL. No início da semana, os advogados Manuela Almeida, Vinícius Boniatti e Gabriela Souza divulgaram em nota que prestaram “atendimento em parlatório” à suspeita e que não tiveram acesso integral à investigação.
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