No primeiro semestre, 284 toneladas do entorpecente foram encontradas apenas nas operações realizadas nas rodovias federais
Na última quarta-feira, 26, a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PM-MS) apreendeu 33 toneladas de maconha. Apesar de um recorde, a quantia se torna apenas uma fração quando comparada ao volume apreendido em todo o território nacional no primeiro semestre do ano. Nesse período, 760 toneladas do entorpecente foram retiradas de circulação, quase 285 delas em operações nas rodovias federais.
A carga foi encontrada em Maracaju, município localizado a 143 quilômetros de Ponta Porã, cidade brasileira que divide ruas com Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Os policiais da Divisão de Fronteira da PM-MS faziam uma ronda rodoviária quando deram voz de parada a uma carreta que seguia em sentido contrário. O motorista do caminhão tentou desobedecer à ordem, mas acabou abandonando o veículo e fugiu. Na carroceria, foram encontradas as 33 toneladas de maconha.
Polícia Rodoviária Federal
Entre janeiro e junho de 2020, só a Polícia Rodoviária Federal (PRF) aprendeu 284 toneladas da droga em todo o país. O relato do diretor da instituição atesta que o volume apreendido teve crescimento significativo graças ao trabalho realizado pelo atual ministro da Justiça.
“Com o apoio e a orientação estratégica no combate ao crime na gestão do ministro André Mendonça, observamos um aumento relativo da média mensal se comparada com a do mesmo período do ano passado”, afirmou Eduardo Aggio, diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal. “Um aumento de 400% na apreensão, passando da média mensal de 26 toneladas de maconha por mês para 101 toneladas.”
Ainda assim, há quem defenda que a PRF deva ter seu poder limitado. Pedro Martins de Castro, juiz federal da 6ª Vara Federal do Distrito Federal, por exemplo, proferiu uma sentença em janeiro deste ano para tornar nulo o decreto do presidente Jair Bolsonaro que estendia aos agentes rodoviários a possibilidade de lavrar um termo circunstanciado de ocorrência (TCO). O dispositivo é usado para registrar infrações de menor potencial ofensivo, como a posse de entorpecentes para consumo próprio.
No dia 19 deste mês, o Supremo Tribunal Federal decidiu que os agentes da PRF podem participar de operações policiais em áreas pertencentes à União em caráter de apoio — sem, entretanto, exercer o poder de investigação.
Durante o programa Atualidades Pampa, da TV Pampa, o jornalista Gustavo Victorino denunciou a existência de um movimento para retirar poderes da PRF. “Justamente porque é a Polícia Rodoviária Federal que tem apreendido grandes quantidades de drogas que são transportadas para dentro e dentro do país”, disse.