A profissionalização do futebol brasileiro parece uma tendência. Recentemente, o ex-jogador Ronaldo anunciou a compra de 90% das ações do Cruzeiro. O Fenômeno, como é conhecido mundialmente, desembolsou R$ 400 milhões para adquirir a Raposa. O Botafogo também foi vendido pelo mesmo montante.
Entretanto, as mudanças no modelo de gestão esportiva não estão sendo observadas apenas nas divisões de elite do futebol nacional. A Portuguesa, tradicional clube de São Paulo, também avalia a hipótese de se tornar clube-empresa. É o que diz o presidente da Lusa, Antonio Carlos Castanheira.
“Queremos transformar a Portuguesa em um clube-empresa”, afirmou, em entrevista concedida à Rádio Bandeirantes no último domingo, 2. “A Sociedade Anônima do Futebol [SAF] é uma alternativa para isso. Óbvio que temos de equacionar as dívidas e criar um modelo de gestão, mas precisamos aproveitar a tributação da SAF, que auxilia muito na profissionalização.”
Segundo Castanheira, a proposta da SAF será apresentada aos conselheiros e associados do clube entre março e abril. “Esse trabalho já foi iniciado com a eleição do meu vice-jurídico para o Conselho Deliberativo, Leandro Teixeira Duarte”, explicou. “Nossa ideia é pavimentar a chegada de um investidor.”
Assessoria especializada
O advogado José Francisco Cimino Manssur, especialista em Direito esportivo e um dos formuladores do Projeto de Lei do Clube-Empresa, assessora Castanheira no processo de transformação administrativa do time rubro-verde.
“É com muita satisfação que estamos auxiliando a querida Portuguesa nesse trabalho de resgate, comandado pelo presidente Antonio Castanheira, para se estruturar, tornar-se clube-empresa e poder retornar ao lugar de onde nunca deveria ter saído”, disse Manssur. A equipe paulista já disputou a principal divisão do futebol brasileiro, mas há décadas joga competições de nível inferior.
O advogado argumenta que o modelo associativo de organização do futebol foi bem-sucedido no passado, mas precisa de mudanças. “Dos 30 clubes com maior receita no mundo, 27 são clube-empresa”, salientou. “Os outros três são: Barcelona, que teve uma derrocada absurda; Real Madrid, que recebeu muito apoio do governo espanhol; e Flamengo, que é um gigante com 40 milhões de torcedores, mas poderia ser ainda maior.”
excelente, jornalismo de qualidade.
o modelo associativo de organização do futebol sempre foi uma vaca leiteira para os velhacos e espertalhões de sempre.