O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, disse que vai aceitar a decisão da maioria dos clubes sobre a paralisação do Campeonato Brasileiro, o Brasileirão. Ele concedeu entrevista ao portal globoesporte.com nesta terça-feira, 14.
“Sobre o pedido de paralisação, é interessante que possamos ouvir todos os clubes para definir”, disse Ednaldo Rodrigues. “Isso envolve calendário, classificação para as competições sul-americanas e até a intercontinental, caso um clube brasileiro ganhe a Libertadores. Não é tão fácil assim. Mas somos todos democráticos. Vamos mostrar o contraditório dessa paralisação, mas vamos respeitar a decisão dos clubes.”
Os integrantes da Liga Forte União divulgaram um comunicado nesta segunda-feira, 13, assinado por 11 clubes de futebol. Os signatários pedem a paralisação imediata do Brasileirão por causa das enchentes no Rio Grande do Sul.
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O grupo é formado por Athletico Paranaense, Atlético Goianiense, Botafogo, Criciúma, Cruzeiro, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Internacional, Juventude e Vasco.
Na entrevista, Ednaldo Rodrigues comentou pela primeira vez o pedido dos clubes. Ele disse que as decisões vão ser tomadas pelo conselho técnico. A reunião está marcada para ocorrer em 27 de maio.
Presidente da CBF se mostrou contrário ao adiamento do Brasileirão
O presidente da CBF está em Bangkok, na Tailândia, onde participa de um congresso da Federação Internacional de Futebol (Fifa). Ele se mostrou contrário à paralisação do Brasileirão.
“Temos um calendário difícil, e a paralisação pode tornar tudo ainda mais difícil”, disse Ednaldo Rodrigues. “A CBF tem a prerrogativa de fazer o adiamento [de jogos]. Porém, uma paralisação atinge por completo toda a cadeia produtiva do futebol. E aí é interessante que a CBF não tenha uma decisão monocrática, mas sim democrática.”
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Indagado sobre a possibilidade de criar uma proteção esportiva aos times afetados, como evitar o rebaixamento das equipes no Brasileirão, Ednaldo Rodrigues negou qualquer possibilidade.
“Com essa teoria não concordo”, explicou o presidente da CBF. “De imediato rechaço. Quando se faz uma competição, se obedece leis e princípios. E as competições têm interdependência umas com as outras. Quatro clubes sobem de divisão, quatro são rebaixados. Quem tem o bônus também tem de ter o ônus. Não se pode dizer ‘[um time] não vai ser rebaixado’ se [o mesmo time] puder ser campeão. Fere os princípios da moralidade.”