Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram demitidos de seus estágios em um escritório de advocacia. As demissões ocorreram depois de os alunos terem sido acusados de racismo durante um evento esportivo universitário, no último sábado, 16.
Na terça-feira 19, Marina Lessi de Moraes, uma das envolvidas, foi a quarta estudante demitida. No dia anterior, Tatiane Joseph Khoury, Matheus Antiquera Leitzke e Arthur Martins Henry já haviam sido desligados de seus estágios, conforme apurou Oeste. A PUC-SP formou uma comissão para investigar a conduta dos alunos.
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A polêmica envolveu estudantes da Torcida da Atlética 22 de Agosto, em uma partida de handebol masculino entre equipes da PUC-SP e da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da Universidade de São Paulo (USP). A cena ocorreu durante os Jogos Jurídicos Estudantis, em Americana, no interior paulista.
Desdobramentos do episódio
Os vídeos mostram parte da torcida da PUC-SP chamando os alunos da USP de “pobres” e “cotistas”.
A universidade particular ressaltou que tais atitudes não se alinham com seus princípios. Cinco dos alunos foram citados em um boletim de ocorrência na Delegacia de Crimes Delitos de Intolerância.
Os estudantes podem ser acusados de injúria racial. O crime é inafiançável e prevê penas de dois a cinco anos de reclusão.
Estudantes da PUC são demitidos depois de acusação de racismo contra alunos da USP
Além de Marina Lessi, mais dois estudantes de Direito da PUC-SP haviam perdido seus estágios. Tatiane e Arthur foram desligados dos escritórios Pinheiro Neto e Castro Barros Advogados, respectivamente.
“O escritório Pinheiro Neto Advogados lamenta o episódio ocorrido durante os Jogos Jurídicos Estaduais, no último sábado, 16”, declarou a empresa, em nota. “E reitera que não tolera e repudia racismo ou qualquer outro tipo de preconceito. Informamos que a estagiária envolvida nesse episódio não integra mais o escritório.”
Posicionamento institucional
Em resposta, as diretorias das Faculdades de Direito da USP e da PUC-SP emitiram uma nota de repúdio conjunta.
No comunicado, classificaram as manifestações como “absolutamente inadmissíveis” e asseguraram que vão apurar rigorosamente o caso. Também informaram que “se comprometeram a assegurar a ampla defesa e o devido processo legal, com a responsabilização justa e exemplar dos envolvidos”.
Em comunicado adicional, divulgado no domingo 17, a PUC-SP lamentou o ocorrido. A universidade destacou o “compromisso com a inclusão social e racial, por meio de programas de bolsas na graduação e na pós-graduação”.
Por fim, a PUC-SP sublinhou iniciativas de “letramento racial” na formação de seus docentes.
Isso é uma instituição católica e deveria ter um comportamento condizente …
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