De acordo com dados divulgados pela CEO Survey, que ouviu mais de 4,7 mil executivos de diversos setores em 105 países, quase metade deles acredita na inviabilidade dos negócios em 10 anos. A pesquisa da consultoria ouviu também 32 CEOs de empresas de saúde no Brasil. Os dados são do último trimestre de 2023.
Em relação ao ano anterior, 27% dos empresários apresentavam essa visão negativa. De acordo com especialistas, o modelo atual da saúde privada no Brasil não é sustentável no longo prazo.
Marcos Novais, superintendente executivo da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), concorda com a pesquisa que projeta baixa lucratividade das empresas de saúde no país. Porém, ao Estadão, Novais disse que em 10 anos o modelo não será o mesmo, tendo evoluído para um sistema economicamente mais viável.
Daqui a 10 anos, a demanda de saúde será maior do que a de hoje, o que estimula uma oferta maior; mas talvez não precise de mais UTIs do que tem hoje, mas de outras coisas que não temos, como centros para cuidados continuados e mais tecnologia
Marcos Novais
Por que a saúde no Brasil vai ficar menos lucrativa
Os maiores riscos à operacionalização da saúde privada no país são, de acordo com a pesquisa, os riscos sanitários, os riscos cibernéticos e também a inflação. A pesquisa da CEO Survey destaque que a desigualdade social é a última das preocupações.
A pandemia da covid-19 foi claramente um ponto de virada para o setor privado de saúde. Os especialistas mencionam também o avanço da dengue no momento atual e também os riscos cibernéticos.
Outra preocupação dos CEOs é a inflação. As empresas nacionais já tem conseguido reagir, repassando os custos para o consumidor com reajustes elevados. A pesquisa destaca que historicamente a inflação de saúde no Brasil é superior à inflação média do país. Alguns investidores, porém, mantém o otimismo, duvidando das projeções de inviabilidade do sistema de saúde.
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O sistema de saúde do Brasil não vai falir. Não acontece uma quebradeira como no setor financeiro, em que as pessoas tiram dinheiro do banco e o sistema colapsa. A saúde complementar cresceu em vidas e em receitas, mas não está na mesma proporção. O setor não quebra, mas começa a ficar mais lento, complexo e de difícil acesso
Bruno Porto, sócio e líder da indústria de Saúde da PwC
O CEO destaca também que “o setor de saúde é conservador, avesso a eficiências operacionais, cortes de custos. As mudanças de custos de outros setores não funcionam em saúde, pela cultuara e falta de consenso do setor”.
Não nos preocupemos. Temos o SUS, o melhor sistema de saúde do mundo, segundo o apedeuta LLule.
Não se preocupem!
O SUS 2.0,está chegando.