O número de casos vem caindo, é verdade, mas o drama continua: quase todos os dias um caminhão com cargas valiosas é roubado no Estado de São Paulo. Dados divulgados recentemente pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) apontam que, em 2020, o Brasil registrou 14.159 ocorrências de roubos de cargas — 42% em território paulista.
O prejuízo, de acordo com o levantamento feito desde 1998, foi de R$ 1,2 bilhão em 2020. A região mais afetada é a Sudeste, onde estão os principais aeroportos e vias de escoamento do país — 81,33%. A parte Sul contabilizou 8,89%; Nordeste, 6,66%; Centro-Oeste, 1,91%; e Norte, 1,21%.
Em comparação com anos anteriores, houve redução de 23% no número de casos em relação a 2019 — número que vem caindo desde 2017.
As cargas mais roubadas continuam sendo eletroeletrônicos, bebidas e cigarros, que são repassados no “mercado negro” com mais agilidade. Outros alvos são combustíveis, produtos farmacêuticos e defensivos agrícolas.
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A última grande apreensão ocorreu em Campinas, na área batizada de “Triângulo das Bermudas” pelo volume de ocorrências. Em março, uma quadrilha (as bases eram Campinas, Indaiatuba e Vinhedo, na região do Aeroporto Viracopos) e em Guarulhos, na Grande São Paulo, foi presa. O bando movimentou R$ 5 milhões, de acordo com a Polícia Civil.
Neste ano, Viracopos registrou recordes seguidos na movimentação de cargas internacionais. O terminal é considerado um dos principais hubs logísticos do país, especialmente pela ramificação de rodovias que cortam o Estado — e o Rodoanel. Em março, foram 30.335 toneladas de cargas, especialmente de produtos eletroeletrônicos — algumas das gigantes do setor têm plantas no local –, farmacêuticos e de peças para a indústria.
Enquanto a Impunidade imperar no País, Crimes continuarão ocorrendo e os presídios continuarão sendo apenas pontos de parada para um cafèzinho. É um entra e sai constante. Ninguém, com raríssimas exceções, permanece lá. As vítimas, no caso os caminhoneiros, estão entregues à própria sorte.