Os paulistanos já viajaram muito a Santos de trem – e vice-versa. A complicada viagem era realizada através da São Paulo Railway, inaugurada em 1867. Foi um tremendo desafio logístico atravessar os oito quilômetros da Serra do Mar com uma diferença de nível de 800 metros. O projeto contou, segundo a Wikipedia, com o apoio do lendário Barão de Mauá e o apoio técnico de dois engenheiros britânicos, James Brunlees e Daniel Makinson Fox.
Em 1946 a ferrovia foi estatizada e virou a Estrada de Ferro Santos a Jundiaí. Em 1996 voltou a ser privatizada, sendo entregue à MRS Logística. No mesmo ano o transporte para passageiros foi encerrado. Era o fim de uma era de viagem mais lenta, mas segura, confortável e panorâmica entre o planalto e o litoral de São Paulo.

Agora o governo do estado de São Paulo está anunciando a volta da travessia através de uma das extensões do projeto Trem Intercidades (TIC). O investimento está projetado em 15 bilhões de reais. Segundo o site Olhar Digital, os estudos iniciais oferecem três opções de trajetos, que variam de 80 a 130 quilômetros de distância. A menor utilizaria a linha atual da MRS, hoje desativada. As outras opções passam por Mongaguá, no litoral sul. “Nesse plano”, segundo matéria do Olhar Digital, “as distâncias são maiores, mas com menos declividade e maior potencial econômico para a Baixada”.

Imagem: reprodução Secretaria de Parcerias em Investimentos do governo do Estado de São Paulo
Infelizmente a volta do trem São Paulo – Santos não é para já. O contrato deverá ser assinado em 2027 e a inauguração só deve acontecer na próxima década.
Destruíram as ferrovias
Antes tarde do que nunca
A velocidade está estragando a contemplação da paz, do belo, do sentimento de segurança, entre outras coisas. Um trem que tenha o principal (segurança no trajeto, leito, banheiro e restaurante) é único.