Baixos índices de vazão no Rio Madeira fizeram a direção da hidrelétrica Santo Antônio Energia (Seasa), em Rondônia, interromper temporariamente a geração de energia. Depois do anúncio, realizado nesta segunda-feira, 2, a usina foi desligada por falta de chuvas, segundo o jornal Folha de S.Paulo.
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“O desligamento visa a preservar a integridade das unidades geradoras da hidrelétrica”, informou, em nota, a Santo Antônio Energia.
A hidrelétrica, que é a quarta maior do Brasil, já havia suspendido as operações em 2014 — naquela ocasião, por causa da cheia, e não seca, no Rio Madeira. A Jirau, outra grande usina no mesmo rio, segue em operação.
A Folha informou que a usina Santo Antônio atende a limites de operação seguros e tem uma potência instalada de 3,3 mil megawatts. Para especialistas, a interrupção de energia aumenta a apreensão sobre suas consequências, para o setor elétrico, da falta de chuva na Região Norte.
É comum, neste período, a usina Santo Antônio contribuir menos para o sistema, em razão da seca. As atuais vazões do Rio Madeira, porém, tiveram uma queda acentuada e chegam a apenas 50% da média histórica, de acordo com a Saesa.
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Na quinta-feira 28, por exemplo, a usina gerou 703 megawatts médios, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Isso significa 0,01% do total de energia gerada no Sistema Interligado Nacional (SIN) naquele dia.
Escassez de chuvas pode contribuir para o aumento do preço da energia
O desligamento de Angra 2, em meio à onda de calor das últimas semanas, já fez o preço da energia no mercado disparar no fim da semana passada. O Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) subiu a R$ 259,11 por megawhatt-hora na quinta-feira. Por meses, o piso era de R$ 69,04.
A escassez de chuva pode fazer o preço subir ainda mais. Mas os impactos de curto prazo ainda se mantêm concentrados na indústria. O setor energético, no entanto, admite que está em alerta, em virtude das altas e da intensidade do fenômeno El Niño. Isso pode provocar seca nos rios da Amazônia, o que não deixa de ser uma preocupação.
De acordo com a Saesa, a suspensão das operações de Santo Antônio foi alinhada com o ONS, com a Agência Nacional de Águas (ANA) e com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Não haverá, segundo o órgão, impacto sobre o fluxo natural do rio.
Deve ser culpa do Bolsonaro.