O Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) informou, nesta sexta-feira, 24, que o solo do Rio Grande do Sul está completamente saturado por causa das recentes chuvas intensas.
O limite de saturação do solo, cerca de 1 cm³/cm³, em várias áreas do Estado, foi atingido na última segunda-feira, 20, de acordo com a Ufal. O professor Humberto Barbosa, coordenador do Lapis, mencionou que nessas regiões o solo não pode mais absorver água, o que resulta em escoamento superficial da água da chuva e eleva o risco de inundações.
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“Quando o solo está muito úmido, sua capacidade de absorver mais água, como faria uma esponja, diminui”, disse Barbosa ao portal g1. “Isso acontece porque o solo já está saturado; ele não está apenas úmido, mas atingiu seu limite de saturação, como uma esponja completamente encharcada.”
No mapa, é evidente que algumas áreas no extremo sudoeste do Rio Grande do Sul apresentam condições mais favoráveis, com umidade do solo menor, em comparação à região centro-leste do Estado.
Barbosa explicou que, segundo dados do satélite soil moisture active passive (umidade do solo passiva e ativa), o solo seco nessas áreas tem capacidade de absorver a água.
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“Se o solo de Porto Alegre estivesse seco, a água já teria percolado, ou seja, infiltrado no subsolo, alimentando o lençol freático com a água que vem da superfície”, destacou Barbosa.
Depois de um mês marcado por uma onda de calor no Brasil, espera-se que as temperaturas fiquem abaixo da média nos próximos dias. O site Climatempo prevê que uma nova e intensa frente fria avançará pelo país a partir desta sexta-feira.
O fenômeno vai trazer chuvas e frio, principalmente para os Estados do Centro-Sul. Com a frente fria, as chuvas retornarão ao Sul, e o tempo deve permanecer muito instável no Estado, com previsão de chuva para toda a região.
Rio Grande do Sul deve receber mais chuvas
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) alertou para a possibilidade de chuvas que podem acumular até 100 milímetros no norte do Rio Grande do Sul, Paraná e grande parte de Santa Catarina. Os ventos podem atingir até 100 km/h nessas áreas.
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) indicou uma alta possibilidade de novas enchentes nas mesorregiões sudeste rio-grandense e metropolitana de Porto Alegre.
Nos municípios ao redor da Lagoa dos Patos, os volumes de chuva podem alcançar 150 milímetros até o fim desta sexta-feira. A situação é alarmante, especialmente por causa do nível elevado dos rios da região.
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As novas chuvas podem piorar as condições em Porto Alegre, onde o nível do Lago Guaíba continua alto, apesar da recente diminuição. Os temporais podem causar uma nova elevação do nível da água no local.
O órgão também alerta para a possibilidade de deslizamentos nessas áreas. O risco é considerado alto para eventos geológicos nas regiões metropolitana de Porto Alegre e nordeste rio-grandense, especialmente na Serra Gaúcha.
O alerta leva em conta a condição de saturação do solo e indica o risco de novos deslizamentos em encostas urbanas e quedas de barreiras nas margens de estradas.
É vital que refaçamos, o máximo possível, a condição de permeabilidade dos solos não rochosos. Pisos intertravados, gramíneos, naturais de barro ou terra, devem ser a tônica de todo e qualquer sistema urbano quando possível.
Aprendemos, também, no dia a dia as consequências de nosso desenvolvimento.
Nada absurdo, cruel e horrível, absolutamente natural!
Precisa de estudo para isto ? Inacreditável.