Um policial civil foi preso em flagrante na madrugada desta segunda-feira, 28, depois de atirar em um homem na Igreja do Calvário, que fica na Rua Cardeal Arcoverde, em Pinheiros, bairro da zona oeste de São Paulo. O crime ocorreu durante uma vigília do grupo Narcóticos Anônimos. A vítima não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
O policial foi levado à sede da Corregedoria da Polícia Civil, onde o flagrante foi registrado, e será encaminhado ao Presídio Especial da Polícia Civil. Conforme testemunhas, o policial civil e a vítima, o vendedor Tiago de Brito Simões, de 34 anos, eram frequentadores do Narcóticos Anônimos. O grupo de apoio aluga uma sala na Igreja do Calvário para reuniões e eventos.
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O policial, cuja identidade ainda não foi revelada, participa do grupo há 13 anos. A vítima estava em recuperação havia menos de dois meses. O motivo do crime ainda não foi esclarecido. Não há registro de outros feridos.
Vigília em igreja
Durante o Carnaval, esse grupo se reúne para uma “maratona do bem” — vigília para manter os frequentadores longe do álcool e das drogas. Ainda segundo testemunhas, o policial (investigador afastado das funções por motivos ainda não esclarecidos) participava da vigília. Mas, por apresentar comportamento “estranho”, foi dispensado no início da noite.
Segundo relatos, o agente voltou às 2h30 da manhã e disparou seis vezes contra a vítima. Na sala, havia pelo menos mais uma testemunha. A polícia procura imagens das câmeras de vigilância da igreja.
A vítima caiu em um pequeno jardim, em frente à sala utilizada pelos Narcóticos Anônimos. Já o agressor teria corrido em direção a um automóvel que estava na Praça Benedito Calixto. Ele foi contido por um guarda civil e um segurança que trabalha em um bar da praça.
“Estávamos fazendo uma ronda nas proximidades do cemitério quando populares nos avisaram de tiros na igreja”, disse o subinspetor da Guarda Civil Metropolitana (GCM), Ruben Amaral dos Santos, ao jornal O Estado de S. Paulo. “Ao chegar ao local, populares nos indicaram para onde o atirador tinha fugido e mostraram o carro abandonado”. O atirador foi detido enquanto tentava fugir pela Rua Teodoro Sampaio.
“Ele só dizia coisas desconexas. A princípio, ele não se identificou como policial. Falou que teve um apagão e apenas se lembrava dos disparos, sem saber os motivos do crime”, acrescentou o subinspetor.
Crime sem nexo
A arma, uma pistola calibre 45 (de uso da polícia) foi recuperada pela GCM. Na corregedoria, segundo agentes, o depoimento do investigador continuou sem nexo. Também chamou a atenção dos policiais a quantidade de tatuagens com referências satanistas do atirador.
Na porta da corregedoria da polícia civil, a mãe da vítima, Lucineide Simões, falou ao SBT. Ela afirmou que o filho frequentava às reuniões dos narcóticos havia 45 dias e disse nem se lembrar qual foi a última vez que “viu ele bêbado”. “Nem sei por que ele foi na reunião. Acho que estava lá para ajudar outras pessoas”, afirmou.
Com informações do Estadão Conteúdo