A falta de água tem afetado várias áreas da cidade do Rio de Janeiro e municípios da Baixada Fluminense desde a última terça-feira, 26. Escolas, hospitais, universidades e até o Tribunal de Justiça enfrentam sérios problemas. Muitas universidades suspenderam as aulas. O Tribunal de Justiça cancelou o expediente presencial dos servidores nesta sexta-feira, 29.
O abastecimento de água foi interrompido por causa da paralisação do Sistema Guandu para manutenção anual realizada pela Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos). O sistema voltou a operar com 100% da capacidade na quinta-feira, 28. No entanto, a distribuição de água ainda permanece prejudicada.
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As concessionárias continuam trabalhando na melhoria da rede. Esse processo tem demorado mais do que o esperado e, por isso, a normalização do abastecimento não ocorreu conforme o planejado.
A Águas do Rio, concessionária responsável por grande parte da capital e dos municípios da Região Metropolitana, informou que a normalização total pode ocorrer até domingo 1º. Porém, algumas áreas mais altas e distantes da rede de distribuição podem demorar mais tempo para ter o fornecimento regularizado.
Rio registrou maior temperatura do ano no dia em que a Cedae retomou a operação do sistema
No mesmo dia em que a Cedae retomou a operação do sistema, o Rio de Janeiro registrou a maior temperatura do ano. A cidade atingiu 43,2°C em Guaratiba. Isso fez com que o Rio chegasse ao nível 3 da escala de calor. Foi a primeira vez que a cidade alcançou esse patamar desde a criação da escala, em julho.
Além da manutenção programada, a Águas do Rio teve que realizar reparos emergenciais em uma rede de distribuição na zona portuária. Esse conserto afetou ainda mais a distribuição de água nas zonas sul, norte e no centro. Como resultado, 20 bairros enfrentaram problemas no fornecimento. Entre os bairros afetados estão Botafogo, Laranjeiras, Maracanã e Tijuca. A empresa informou que o fornecimento de água está sendo restabelecido aos poucos.
A falta de água também atingiu bairros da zona oeste, atendidos pela concessionária Rio+Saneamento. Fora da capital, diversos municípios da Baixada Fluminense, como Belford Roxo, Duque de Caxias, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Queimados e São João de Meriti, enfrentam o mesmo problema.
Na quinta-feira, a falta de água atingiu a ilha de Paquetá, além de Japeri, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá. O motivo foi uma queda no fornecimento de energia.
O impacto da falta de água é tão grave que as unidades de saúde do município estão tendo dificuldades no atendimento. Algumas unidades estão em funcionamento de forma parcial. A Secretaria Municipal de Saúde afirmou que a situação tende a piorar em algumas regiões.
Prefeito do Rio de Janeiro pediu que Procon tomasse medidas
O prefeito Eduardo Paes (PSD) pediu ao Procon que tome medidas rigorosas contra as concessionárias responsáveis pelo abastecimento de água. Em uma publicação no Twitter/X, o prefeito destacou o risco à saúde e à segurança de pessoas em hospitais e clínicas. Essas unidades enfrentam ainda mais dificuldades com a demora na normalização do abastecimento.
É absolutamente compreensível que o sistema de água da cidade do Rio de Janeiro tenha que passar por sua manutenção anual. Obviamente, ideal seria que isso acontecesse no inverno mas imagino que existam razões para que não aconteça assim. O que não dá para aceitar é que passadas…
— Eduardo Paes (@eduardopaes) November 29, 2024
As escolas municipais também estão sendo impactadas. Algumas adotaram o ensino remoto para garantir a continuidade das atividades. Outras solicitaram o envio de carros-pipa.
A Secretaria Municipal de Educação informou que 22 bairros foram afetados, incluindo áreas densamente povoadas como Campo Grande, Maré e Cidade de Deus. O bairro de Campo Grande, o mais populoso da cidade, com mais de 350 mil habitantes, segundo o Censo de 2022, está entre os mais prejudicados.
Além disso, na terça-feira 26, o rompimento de uma adutora em Rocha Miranda, na zona norte, causou a morte de uma mulher de 80 anos. O rompimento também prejudicou ainda mais o abastecimento de água. A Águas do Rio investiga o incidente, mas aponta a idade do sistema, com canalização de 1949, como uma das causas do problema.
O Rio de Janeiro continua lindo…. Fazer manutenção para deixar o povo sem água, é de uma estupidez, uma proeza tão estúpida que nem mesmo um engenheiro que colou durante todo o curso pode imaginar.
Ora, é só ir buscar água na cascata da casa da Jinja.
O prefeito da cidade foi reeleito.