Universidade de Brasília vai promover evento antissionista

A Universidade de Brasília (UnB) promoverá na quinta-feira 3 um evento de caráter antissionista (que rejeita a existência do Estado de Israel). Intitulado “A Questão Palestina e o Combate ao Sionismo nas Universidades”, o seminário será organizado pelos Centros Acadêmicos de Letras (Calet UnB) e Ciência Política (Capol UnB). A universidade promoverá apenas debates contrários à existência e à continuidade de Israel.

A StandWithUs Brasil, instituição educacional sem fins lucrativos dedicada ao combate ao antissemitismo, emitiu uma nota de repúdio em que condena a idealização do evento. “Embora Israel possa — e deva — ser criticado, dentro e fora de suas fronteiras, o ponto que torna o evento racista é o fato de pôr o nacionalismo judaico como algo a ser combatido”, escreveu André Lajst, cientista político e diretor-executivo da organização.

Segundo Lajst, o combate ao sionismo é uma manifestação antissemita, porque o conceito de sionismo é “simplesmente o movimento de autodeterminação do povo judeu em seu lar nacional”. Portanto, negar o direito dos judeus à autodeterminação configura um caso de racismo, segundo as determinações da Aliança Internacional em Memória do Holocausto (IHRA).

“Muitos processos violentos, incluindo genocídios, começaram por incutir na sociedade a ideia de que um grupo era singularmente nocivo e deveria ser combatido e eliminado”, disse o cientista político. “O antissemitismo faz uso desse método há séculos e, contemporaneamente, traveste-se de antissionismo, como uma face mais aceita do mesmo ódio de sempre.”

Embora condene a realização do evento na UnB, a StandWithUs Brasil afirma defender a autonomia acadêmica e o livre debate de ideias. Por isso, põe-se à disposição para dialogar com os centros acadêmicos que propuseram a iniciativa e também com todo o corpo docente e discente da universidade.

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