Uma operação liderada pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) deslocou usuário que ocupavam a cracolândia, atualmente localizada na rua dos Protestantes, na região central de São Paulo, para o Bom Retiro, em uma área sob a ponte Orestes Quércia, chamada de “Estaiadinha”, que corta a marginal Tietê.
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A movimentação ocorreu na noite do sábado 8, e de acordo com relatos de moradores da região coletados pelo jornal Folha de S. Paulo, foram ouvidas explosões de bombas de gás para a dispersão do fluxo — como é conhecida a aglomeração de dependentes químicos. Imagens mostram o acompanhamento de usuário pela GCM durante o deslocamento pela região central.
No decorrer da semana passada, dependentes químicos que ficavam entre as ruas Conselheiro Nébias e Guaianases, em Campos Elísios, migraram para a rua dos Protestantes, na Santa Ifigênia. Até meados de 2022, a cracolândia estava localizada no entorno da praça Júlio Prestes, no centro. O local ficou pouco tempo ocupado. Em maio do mesmo ano, foi a vez da praça Princesa Isabel receber os usuários.
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Usuários da cracolândia pelo centro da cidade
Antes do último deslocamento, a maioria do usuários se concentrava na rua dos Protestantes, entre a rua Vitória e a rua dos Gusmões. O local possui ferros velhos, pensões e um condomínio residencial ao seu redor. A prefeitura trabalha para encontrar um local onde o fluxo possa ser “confinado” e os impactos para moradores e comerciantes da região seja amenizado.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública do Estado afirmou que “vem trabalhando para combater a criminalidade na região central, com o aumento de policiamento ostensivo e o trabalho de investigação”. A pasta também observou que ampliou a comunicação com os comerciantes nas ruas dos Protestantes e do Triunfo em razão da nova concentração de usuários.
Problema onde só existe uma solução e, que ninguém tem peito para encarar.
“Uma máfia”: a estratégia do PCC
Liderado por Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, que controla a organização criminosa de dentro da prisão federal de segurança máxima de Brasília, o PCC erigiu um império financeiro. Na Operação Rei do Crime, desencadeada em setembro de 2020, a PF bloqueou R$ 730 milhões do PCC e estimou, com base num relatório do Conselho de Controle de Atividade Financeira (Coaf), que nos últimos quatro anos o setor encarregado da lavagem do dinheiro movimentou R$ 32 bilhões através de uma rede com 78 empresas ligadas ao grupo Boxter, que controla mais de cem postos de combustíveis e lojas de conveniência no país. “Foram anos para solidificá-la no mercado econômico e financeiro através de uma marca sólida”, escreveu o delegado federal Rodrigo de Campos Costa ao abordar a estratégia do PCC.
O PCC dos negócios da cocaína prima pela discrição e estratégias complexas na lavagem dos lucros. No caso da Operação Rei do Crime, se a polícia demorasse mais dois anos para agir, não teria mais como rastrear o dinheiro. É uma tática usada pelas máfias, qualificação, aliás, que a PF passou a dar à facção. “O que faltava para o PCC ser considerado uma máfia? Saber lavar dinheiro, que é o que estamos demonstrando. Eles têm tentáculos no mundo todo. Não é tráfico de drogas. É tráfico de cocaína. O PCC é uma máfia”, afirma o delegado Elvis Secco. “O PCC é um monstro que estamos matando.”
A Operação Rei do Crime enredou José Carlos Gonçalves, o Alemão, o principal preso ligado ao PCC. Com ele foram apreendidos 32 carros de luxo, um iate, joias, dinheiro vivo, dois helicópteros e um patrimônio estimado em cerca de R$ 12 milhões. Levava uma vida de respeitável empresário, mas sua ficha e as investigações mostram que tinha relações obscuras. Era dele, segundo a polícia, o helicóptero usado para assassinar dois traficantes que deixaram de seguir as rígidas regras do PCC e passaram a roubar a facção, Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca. Os dois foram mortos em fevereiro de 2018, em Aquiraz, próximo a Fortaleza, no Ceará. Outro jurado de morte, mas que conseguiu convencer a facção a não executar a “sentença”, é o agora famoso André de Oliveira Macedo, o André do Rap, traficante da pesada, que deixou pela porta da frente a penitenciária de Presidente Venceslau, em São Paulo, no dia 10 de outubro, favorecido por decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do STF. Chefe do PCC na Baixada Santista, condenado a 15 anos e seis meses por remeter quatro toneladas de cocaína pelo porto de Santos, o traficante se transformou no pivô de uma crise entre Mello e o presidente do STF, Luiz Fux, que derrubou a liminar do colega e mandou investigar as circunstâncias da decisão que jogou holofotes sobre o poderio da organização.
No topo do PCC está Marcola, sentenciado a 150 anos de reclusão, mais de 30 deles já cumpridos, condenado a passar o resto de seus dias na cadeia. Marcola é um preso diferenciado: durante o longo cárcere, se politizou, adicionou métodos capitalistas ao crime e controla a organização sem precisar mostrar a cara. O relatório da PF ao qual Pública teve acesso descreve a facção como uma grande corporação empresarial, baseada em princípios de conglomerados capitalistas, segundo os quais a hierarquia, disciplina e obediência às regras de negócios são indispensáveis. A semelhança com a máfia italiana, segundo o relatório da PF, vem da violência e intimidação contra agentes de segurança e, em especial, contra os integrantes que violam as regras ou delatam. Marcola, segundo está escrito no relatório, mesmo preso, exerce “com mãos de ferro o comando da cadeia alimentar do PCC, o que significa dizer que todas as ordens ou ‘salves’ [ordens para missão] da facção devem [submissão] a sua anuência, sob pena de severa punição, inclusive pelos conhecidos tribunais do crime”.
A Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), do Ministério da Justiça, já arrecadou este ano mais de R$ 100 milhões sequestrados do crime, dos quais pelo menos 20% já foram reconhecidos pela Justiça como originários da cocaína, um recorde na história de confisco dos bens do tráfico. A meta da Senad é fechar 2020 com a arrecadação de R$ 200 milhões. No site do ministério há uma lista de quase 3.800 bens a serem leiloados, dos quais até recentemente pelo menos 33 eram fazendas de traficantes bloqueadas para leilões futuros, algo aproximado em 100 mil hectares de extensão. A secretaria quer apressar os convênios com os estados para vender logo os imóveis. “Não somos uma imobiliária”, disse à Pública o diretor de gestão de ativos do órgão, Giovane Magliane.
Colaborou Alice Maciel
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello reanalisou um habeas corpus concedido por ele mesmo em agosto e determinou a libertação do traficante André Oliveira Macedo, o André do Rap, um dos chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios de São …9 de out. de 2020
Essas sao as vitimas do narcotrafico. Os causadores sao aqueles que a justiça devolve helicoptero, carros e lanchas. O Narcotrafico no Brasil deveria ter a mesma pena aplicada na Indonesia, ” PENA DE MORTE”, mas como o narcotrafico tem inumeros clientes da alta sociedade brasileira, o baile continua e dançe quem dançar. Nao devemos esquecer que o maior narcotraficante do Brasil foi libertado pelo STF, tire as tuas conclusoes e descubra quem sao os subornados pelo poder do narcotrafico internacional.
Os urubus!!!