Os ventos que circulam na Antártida em julho podem aumentar as chuvas na Região Sul do Brasil e devem elevar o risco de formação de ciclones extratropicais no país. A parte meridional do território brasileiro deve ser a principal área afetada.
O ciclone que recentemente atingiu o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, por exemplo, coincidiu com a diminuição na Oscilação Antártica — modelo de variabilidade climática que está relacionado às mudanças na posição do vento e nos ciclones.
De acordo com o site especializado em meteorologia MetSul, essa queda na Oscilação Antártica é responsável pelos prováveis ciclones que devem atingir regiões brasileiras. Isso não significa, contudo, que aqueles fenômenos naturais serão tão intensos quanto os registrados no mês passado.
Os meteorologistas explicam que a fase negativa da Oscilação Antártica gera um risco maior de formação de ciclones nas latitudes médias perto do Sul do Brasil. Esses fenômenos podem ser fracos, moderados e intensos, em alguns casos.
O que é a Oscilação Antártica, e qual a importância desse modelo de variabilidade climática para prever ciclones?
Essa análise é importante, porque impacta não apenas o processo ciclogenético (formação de ciclones no Atlântico Sul), como também influencia nas chuvas que precipitam nas Regiões Sul e Sudeste do Brasil.
A Oscilação Antártica, também conhecida como Modelo Anular Sul ou Meridional, é uma das variáveis mais importantes sobre as condições no Brasil e no Hemisfério Sul. Essa medida serve para avaliar tanto a chuva como a temperatura do país.
Esse modelo de variabilidade climática tem duas fases: a positiva e a negativa. Na primeira, o cinturão de vento que circula ao redor da Antártida se intensifica e se contrai em torno do Polo Sul.
No segundo caso, o cinturão de vento enfraquece e se desloca para o Norte. Em resumo, a intensificação da fase negativa aumenta a possibilidade de chuvas e de ciclones, especialmente no Sul e no Sudeste do Brasil.