Se você acha que sua vida é dura, coloque-se no lugar de Golda Meir em 6 de outubro de 1973. Golda era a primeira ministra de Israel aos 75 anos e foi apanhada de surpresa por um devastador ataque coordenado dos exércitos do Egito e da Síria. A sobrevivência do país foi colocada em risco, e a dirigente precisava tomar decisões existenciais a cada momento. Como se não bastasse, Golda Meir enfrentava a fase final de um câncer e um vício descontrolado em cigarros, o que a fazia fumar até na mesa de exames.
A ex-primeira ministra, chamada de Dama de Ferro de Israel é o tema de Golda (disponível pela Amazon Prime). Produzido no ano passado, o filme se tornou tristemente atual com o ataque do Hamas em 7 de outubro e a nova onda de antissemitismo. O roteiro de Nicholas Martin e especialmente a direção de Guy Nattiv equilibram bem o drama pessoal da primeira ministra e o clima asfixiante da crise de governo. O filme tem um cuidado visual que supera a estética de um documentário.
A atriz Helen Mirren está irreconhecível no papel de Golda Meir. Ela encarna a dor e a aflição de quem é obrigada a empurrar os jovens israelenses para a morte certa na mira dos tanques egípcios. Vemos a intimidade de seus diálogos com figuras históricas com o general Moshe Dayan (herói da Guerra dos Seis Dias, de 1967), Ariel Sharon (futuro primeiro ministro) e o chefe da diplomacia americana, Henry Kissinger.