Quando Network (“Rede de Intrigas”) foi lançado em 1976, provocou um choque. Nunca a indústria da mídia tinha sido mostrada com tanta crueza e realismo. Foi um dos poucos filmes em que o roteirista (Paddy Chayefsky) teve mais destaque que o diretor (Sidney Lumet). Ganhou quatro Oscars – quando o Oscar era levado a sério.
O filme mostra os bastidores da UBS, uma rede imaginária de TV nos EUA. A emissora vai mal, por causa de uma crise econômica provocada pela crise do petróleo. Os primeiros cortes são no departamento de jornalismo, que sempre dá prejuízo.
Um dos âncoras, o veterano Howard Beale (Peter Finch) é demitido. Ele se despede da audiência dizendo que vai se matar durante o programa. Depois se transforma num profeta enlouquecido, denunciando a máquina de mentiras da televisão. Ele faz seus espectadores gritarem nas janelas: “Eu estou louco da vida e não vou mais aguentar isso!”
A primeira reação da UBS é mandar Howard embora. Mas Diana (Faye Dunaway), uma produtora intoxicada pela ambição, percebe que a loucura de Howard Beale dava audiência. E resolve radicalizar. Convoca um grupo de radicais comunistas para produzir um programa chamado “A Hora de Mao Tse tung” – que inclui transmissões exclusivas de assaltos a bancos e permanente doutrinação ideológica. Logo os comunistas estão brigando ferozmente por maior participação nos lucros do programa.
Parece 2025? Em alguns aspectos. 1976 é uma época sem internet, sem streaming, sem YouTube. As grandes redes mandavam. “Tudo o que vocês sabem vem desse tubo”, denuncia Howard num de seus programas, apontando para as câmeras. Muita coisa mudou. Hoje o poder da TV não é tão grande quanto era naquela época. Por outro lado, muitas emissoras, nos EUA e no Brasil, ficaram cada vez mais parecidas com A Hora de Mao Tsé Tung.
Rede de Intrigas entra em qualquer lista de maiores filmes de todos os tempos. O roteiro de Paddy Chayefsky é uma aula de narrativa tensa e complexa. E o elenco ainda tem grandes nomes como William Holden, Robert Duvall, Ned Beatty e Cindy Grover. Disponível pela Amazon Prime.
“Logo os comunistas estão brigando ferozmente por maior participação nos lucros do programa”, ou seja, a essência do capitalismo. Nesse momento, eles não se importam com os menos favorecidos, apenas querem lucrar mais, não importando em quem for pisado.
Se Jesus voltasse hoje, ele pregaria, como pregou, que todos as pessoas fossem tratadas de forma igual, e que tivessem as mesmas oportunidades, e que os mais ricos deveriam distribuir para os menos favorecidos, etc.
Nesse momento, a extrema direita daria cabo de Jesus, pois os ideais dele não favorece o capitalismo puro.
Todos deveriam ler sobre os conceitos de Karl Marx e entender a essência do comunismo, que é uma UTOPIA, e nunca foi aplicada de verdade.
Da mesma forma, todos deveriam entender os conceitos de Jesus Cristo. Ficaram espantados com as similaridades na percepção quanto aos menos favorecidos…
E não, não sou comunista. Sou capitalista de centro.
Mas o fato de que eu creia em um ideal não impede que eu conheça o outro, ou seja, a opção é minha e não implantada por pessoas que buscam o lucro, como na citação inicial!