Quando o cineasta Matthew Vaughn acerta, acerta bem no alvo. Seu Kick-Ass (2010) é um surpreendente filme de ação que tem uma garotinha sorridente como heroína. Kingsman: the Secret Service (2014) consegue ser uma paródia elétrica de filmes de espionagem e ao mesmo tempo uma história de redenção envolvente.
O filme segue um conceito ambicioso. Uma escritora de ficção (Bryce Dallas Howard) lança o quinto livro de sua série de ficção com o espião fictício Argylle (Henry Cavill). E descobre que vilões de verdade estão incomodados com as histórias que ela inventa, por serem muito próximas da realidade. A escritora passa a ser perseguida por espiões de verdade.
O que poderia ser uma comédia com boas cenas de ação não se sustenta. Mesmo com uma virada surpresa no meio do filme. Kingsman tinha personagens com os quais a gente se importava. Argylle é muito artificial. O elenco é ótimo – além de Henry Cavill e Bryce Howard estão presentes Catherine O’Hara (de Esqueceram de Mim), Bryan Craston (de Breaking Bad) e o excelente e sempre versátil Sam Rockwell. A cantora Dua Lipa faz uma ponta como uma espiã mega sexy. Ninguém convence.
Argylle, escrito por Jason Fuchs, é mecânico demais. Não envolve o espectador. A ideia de transformar Bryce Dallas Howard em heroína de ação foi um caso grave de má escalação de elenco. O filme tinha todos os ingredientes para ser um grande sucesso. A mistura não deu certo. Disponível pelo streaming Apple TV.