Neste fim de janeiro, Oeste traz novamente aos leitores as reportagens que fizeram sucesso ao longo do último mês de 2024. O texto abaixo, publicado originalmente em 19 de dezembro, critica a série Cem Anos de Solidão, uma adaptação do livro de Gabriel García Márquez, na Netflix.
Leia a crítica abaixo
Quando o colombiano Gabriel García Márquez lançou sua obra-prima Cem Anos de Solidão, em 1967, não havia como negar um sentimento de orgulho em cada latino-americano. Márquez fez sucesso mundial com seu romance, que inaugurava um novo estilo, o “realismo mágico”. Era fascinante ver essa mistura de realismo cru com cenas fantasiasiosas, uma escola que gerou muitos seguidores. Entre eles o brasileiro Dias Gomes, com sua ousada novela Saramandaia (1976). Ainda recentemente, a Disney lançou o longa de animação Encanto (2021), ambientada na Colômbia e obviamente inspirada pela obra de Márquez.
Acontece que Gabriel García Márquez, além de grande escritor, era um comunista fanático, amigo do peito do ditador cubano Fidel Castro, de quem chegou a ser empregado. Com medo de que sua obra fosse transformada num filmaço em Hollywood, ele proibiu que qualquer adaptação fosse feita fora da Colômbia e em qualquer língua que não fosse o espanhol.
Como o autor não falou nada contra receber o dinheiro dos imperialistas ianques, a Netflix financiou a versão em 16 capítulos de Cem Anos de Solidão, lançada nesta semana. O primeiro episódio parece um daqueles filmes do “cinema novo” brasileiro recheados de miséria e sexo gratuito. A direção de Laura Mora e Alex García López é marcada pela falta de imaginação, com a câmera na mão que persegue a ação sem muita noção da linguagem cinematográfica. O elenco passa uma clara noção de amadorismo. Tudo parece meio falso como o bigodão que surge na imagem original.
A série vai melhorar nos capítulos seguintes? Tomara. Mas produções ambiciosas desse tipo costumam apresentar o que tem melhor no primeiro episódio para capturar a atenção do espectador logo de cara. Se esse piloto é o melhor que a série tem para oferecer…
Alguma coisa que não se sabe deve justificar o ranço dessa análise. Não gostar da adaptação é compreensível, afinal, gosto não se discute. Mas criticar o elenco é injusto, lamentável até.
Não concordo. Li este livro várias vezes ao longo dos últimos 40 anos, sei o livro todo, é o melhor livro já escrito depois de Dom Quixote, e posso afirmar: a adaptação ficou linda. Linda e emocionante!
Não concordo em nada com este artigo. A série é perfeita, fiel ao maravilhoso livro “Cem Anos de Solidão” do GRANDE escritor colombiano Gabriel Garcia Marquez.
Não deixem de assistir os outros episódios devido a este artigo.
Não há nenhuma “estrela” cinematográfica. Mesmo assim,os atores, desconhecidos para nós, são perfeitos.
Ansiosa esperando pela 2a temporada.